uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Médicos e utentes unidos contra más condições no Centro de Saúde de Vialonga 
Problemas no Centro de Saúde de Vialonga continuam e médicos e utentes unem-se nas queixas

Médicos e utentes unidos contra más condições no Centro de Saúde de Vialonga 

Requalificação feita no antigo ninho de empresas para o adaptar a funcionar como centro de saúde não resolveu os problemas crónicos que eram sentidos e que passam, sobretudo, pela falta de pessoal.

Falta de salas de espera com capacidade suficiente, canos que vertem, fechaduras que não funcionam e luzes que não acendem. A lista de problemas do recém-requalificado Centro de Saúde de Vialonga, que acolhe a Unidade de Saúde Familiar (USF), é grande e médicos e utentes estão unidos nas queixas reclamando pela melhoria do serviço e das instalações.

Os computadores deixam de funcionar por erros informáticos e de rede, há infiltrações causadas pelos equipamentos de ar condicionado e um dos problemas que levanta maiores preocupações é a falta de acessos ao exterior, que implica que a circulação de lixos e produtos contaminados tenham de circular pelos mesmos corredores e salas de espera onde estão os utentes. Tudo isto num edifício que custou mais de 800 mil euros a remodelar.

A mudança da USF para novas instalações levou muitos utentes a acreditar que os problemas sentidos no atendimento viessem a melhorar mas tal não aconteceu já que o número de profissionais ao serviço manteve-se inalterado. As filas de utentes à porta do centro de saúde continua a ser uma realidade quase diariamente e há quem tenha de esperar mais de hora e meia de pé até ser atendido.

“Mesmo para pedir ou levantar receitas é preciso esperar na fila e isto está muito mal. Há velhotes que não conseguem”, lamenta a O MIRANTE Aurora Fernandes, utente. À sua frente estava Rui Nunes, também de Vialonga, que na última semana teve de esperar duas horas e meia em pé, na rua, para ter consulta. “Isto é inacreditável. Mudam-se para um centro de saúde novo e os problemas são os mesmos de antigamente ou até piores porque a sala de espera é mais pequena e não comporta toda a gente. Isto é só para inglês ver”, critica.

Coordenador critica mudança repentina

A situação levou Medina do Rosário, coordenador da Unidade de Saúde Familiar (USF) Villa Longa, a escrever uma mensagem crítica à comunidade que deu polémica. Na missiva, a que o jornal teve acesso, o responsável considera que a ordem de mudança para as novas instalações foi “repentina e com reservas dos profissionais de saúde” por considerarem que não estavam ainda reunidas as condições adequadas para utentes e profissionais.

A mudança demorou mais tempo que o previsto e foram os próprios profissionais a transportar a maior parte dos recursos do velho centro de saúde para a nova unidade, que abriu portas a 11 de Junho. O prometido material novo a ser entregue pela Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo tem chegado a conta-gotas. “Do que depender dos profissionais da USF tudo faremos para tornar este edifício remodelado o mais funcional e acolhedor possível”, prometia o responsável, notando que a pandemia continua a dificultar a disponibilidade dos profissionais existentes.

A dispersão dos meios por diversos locais, seja a actividade assistencial, o atendimento complementar, o seguimento de doentes Covid e o centro de vacinação, “está a esgotar os utentes que têm cada vez menos tolerância ao verem as suas solicitações nos cuidados primários de saúde sujeitas a demora, sendo este um facto e não uma crítica da minha parte”, lamentava Medina do Rosário.

Contactado por O MIRANTE o responsável recusou prestar mais esclarecimentos sobre o assunto notando que apagara a mensagem já depois desta ter dado que falar. O MIRANTE também contactou a Administração Regional de Saúde sobre o assunto mas não recebeu qualquer resposta até ao fecho desta edição.

“Dá vontade de perguntar se estavam melhor no antigo centro de saúde”

A Câmara de Vila Franca de Xira, que cedeu o espaço e realizou as obras de adaptação do novo Centro de Saúde de Vialonga, diz que quem tem responsabilidades na gestão directa é agora a ARS e que o município fez tudo para dar boas condições a profissionais e utentes.

“Fizemos o que nos competia que foi encontrar soluções para um melhor centro de saúde. Dá vontade de perguntar se estavam melhor no antigo centro de saúde. Claro que não estavam. Senão não tinham reclamado durante anos para sair daquele centro que não tinha condições”, critica o presidente do município, Alberto Mesquita.

O autarca admite, no entanto, que é possível efectuar melhorias nalguns detalhes. “O projecto foi da responsabilidade da ARS. Houve muitas reuniões entre as partes e onde todos os interessados participaram. Se havia questões para alterar deviam ter sido alteradas na fase de projecto e não quando o espaço entrou em obra”, lamenta.

Médicos e utentes unidos contra más condições no Centro de Saúde de Vialonga 

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido