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O binómio cinotécnico, o futebol aos tiros e o chuço anti-bode

Indomesticável Serafim das Neves

Não sei se sabes o que é um binómio cinotécnico. Eu não sei, mas ando a tentar saber, depois de ter visto a intrigante expressão em vários jornais que decidiram publicar, sem cortes nem emendas, um comunicado de forças de segurança onde ela estava plantada.

O comunicado era sobre uma plantação particular de um agricultor de Almeirim, que tinha sete pés de cannabis. O desbaste daquele matagal, envolveu elementos da GNR de Almeirim, Núcleo de Investigação Criminal e Destacamento de Intervenção de Santarém. Não houve recurso a mão de obra imigrante, nem da Índia, nem do Nepal, mas apenas ao tal binómio cinotécnico.

Será que um dia destes os binómios cinotécnicos, seja lá o que isso for, irão ser usados na apanha da azeitona, na colheita do milho e da batata, ou mesmo na ceifa das plantações de cannabis medicinal, como as que a Câmara de Santarém vai apoiar através do programa “Via Expresso Investidor”?

O futebol está de regresso e, apesar dos confinamentos que afastaram o público das bancadas durante meses, manteve intactas as suas características. Em Moscavide, um animado grupo de adeptos invadiu o campo aos tiros, durante um jogo com o Povoense, conseguindo acertar em dois treinadores dos visitantes. Segundo dizem os tiros não eram para eles, o que comprova que a paixão futeboleira continua a provocar cegueira.

No Pego, o bode assassino voltou a atacar. Desta vez não teve sorte porque o alvo que escolheu, era um jovem, de apenas 57 anos, que lhe deu com um guarda-chuva no focinho e o pôs ao largo. Abençoada chuva que fez com que o povo passasse a andar armado.

Mas ficas avisado. Se fores passear para aqueles lados para ires ver se a central termoeléctrica passou a ser alimentada com gás natural ou com gravetos das limpezas das florestas, não te esqueças do chuço, faça chuva ou faça sol.

Um census cervejeiro, digamos assim, descobriu que em Portugal existe um cento de fabricantes de cerveja, dispersos por setenta e quatro localidades. Parece muito mas não é quase nada porque noventa e seis são micro-cervejeitras, como a do meu vizinho, que apenas produz para consumo dele e dos amigos.

Os dados são da Associação Cervejeiros de Portugal que também revela que o ano passado, em plena pandemia, o consumo de cerveja caiu 13%, passando para uma média de 46 litros ano, por pessoa. É verdade que a queda do consumo pode ser explicada com o fecho de cafés e restaurantes, meses a fio, e por não se venderem imperiais em take-away, mas não deixa de ser preocupante e por isso apelo à tua capacidade decilitradora para travar tal hecatombe.

Saudações espumosas

Manuel Serra d’Aire

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