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Casa dos Cubos em Tomar tem um projecto de fotografia a pensar nas pessoas
António Ventura, João Henriques e Paulo Catrica entre colaboradores

Casa dos Cubos em Tomar tem um projecto de fotografia a pensar nas pessoas

O Centro de Estudos em Fotografia de Tomar, situado na Casa dos Cubos, tem como principal objectivo utilizar a imagem como um processo de reflexão. Ao longo do ano são realizadas exposições, conferências, workshops, residências artísticas e projectos de investigação aplicada, sobretudo com a intenção de valorizar o território e as actividades que dele fazem parte. O MIRANTE foi conhecer um projecto de serviço público que aposta na aquisição de conhecimento através da fotografia.

As imagens valem mais do que mil palavras quando o que transmitem acrescenta algo mais à vida das pessoas. Foi com base neste princípio que o Centro de Estudos em Fotografia de Tomar (CEFT) foi fundado em 2018 na emblemática Casa dos Cubos, situada numa das margens do rio Nabão. O espaço ganhou um novo significado em 2007, assim que foi implementado um arrojado projecto arquitectónico que já venceu um prémio internacional.

“Assim que o espaço ficou desocupado, há cerca de dois anos, decidimos trazer para aqui o centro com o objectivo de criar desafios intelectuais que obriguem as pessoas a questionarem-se e a quererem saber mais. A fotografia já não é só estética, também deve contribuir para a cultura geral de quem a observa”, explica António Ventura, professor e um dos responsáveis pela gestão do projecto.

O MIRANTE marcou presença, no sábado, 11 de Setembro, na inauguração da exposição de Paulo Catrica, com o nome de “O sítio em vista”, um retrato do território da cidade de Almada e da Assembleia da República. Cerca de meia centena de pessoas visitaram a galeria durante a tarde. À margem da exposição, António Ventura e João Henriques, fotógrafo e programador, explicaram ao nosso jornal qual a missão do centro de estudos.

O CEFT surge através de uma parceria entre o município e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT), e é gerido por uma comissão coordenadora, composta por duas pessoas da autarquia e duas do IPT. Nasce da vontade de valorizar o arquivo fotográfico deixado por António da Silva Magalhães, um nome histórico no concelho por ter sido o primeiro fotógrafo de Tomar, contemporâneo e amigo de Carlos Relvas.

A partir daqui estabeleceu-se como prioridade estudar e investigar a cultura fotográfica e a importância da imagem nos mecanismos de governação territorial. “A boa fotografia acontece quando há uma boa interacção entre quem fotografa e o que está a ser fotografado. A fotografia está cada vez mais presente no dia-a-dia, porque a imagem hoje é mais valorizada por ser mais imediata e superficial. Mas é essencial saber ler o que não está explicito nessa imagem”, sublinham.

Na opinião dos fotógrafos, a imagem é uma elemento dinâmico e que promove a reflexão, muito importante no processo de tomada de decisão de quem a observa. “Queremos desenvolver o pensamento nas pessoas para que contribuam activamente para uma sociedade mais competitiva e coesa”, afirma João Henriques.

Para isso, a programação anual do CEFT engloba um conjunto de exposições, conferências, workshops, residências artísticas e projectos de investigação aplicada, que têm como preocupação criar uma sinergia entre fotografia e território, muito importante para a transformação económica, cultural, artística e social.

APOSTA NO SERVIÇO PÚBLICO
DE QUALIDADE

Em apenas quatro meses, o Centro de Estudos em Fotografia de Tomar recebeu cerca de 1500 visitantes e mais de 25 mil visualizações únicas no sítio oficial. O projecto “Fotografia e Território” é o principal responsável para a forte adesão das pessoas, sobretudo em tempo de pandemia. O projecto iniciou-se em Novembro de 2020 através do lançamento do portal “fotografiaeterritorio.ceft.pt”, que pretende ser uma referência para o arquivo de projectos com ligações ao território nacional.

Com o intuito de transmitir conhecimento à comunidade, o CEFT desenvolveu um Ciclo de Exposições em Fotografia e Território. Nas exposições apresentadas durante o ano, destacam-se o projecto “PIN”, de João Mota da Costa, com uma abordagem fotográfica realizada no concelho de Óbidos, “Colosso”, de Rodrigo Simões Cardoso, um conjunto de imagens numa formação rochosa invulgar algures na costa portuguesa. “A invenção da amnésia”, de Fernando Brito, Miguel Rodrigues e Nuno Andrade, antecederam a exposição de Paulo Catrica, “O sítio em vista”.

“O nosso principal objectivo é continuar a apostar no desenvolvimento cultural das pessoas através da realização de um serviço público de qualidade. As entradas na Casa dos Cubos são gratuitas, assim como a maior parte das iniciativas, porque o que nos interessa é servir a população”, reforçam.

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