Lezíria do Tejo junta mais duas comunidades intermunicipais para defender barragem do Alvito
Comunidades Intermunicipais da Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Beira Baixa querem garantir reservas de água para abastecimento e para a agricultura, considerando que a barragem do Alvito, no distrito de Castelo Branco, é fundamental para que se possam controlar os caudais e a falta de água no Tejo na zona do distrito de Santarém.
As Comunidades Intermunicipais da Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Beira Baixa juntaram-se para defenderem a construção da barragem do Alvito, no rio Ocreza, como forma de garantirem a subsistência da agricultura com reservas de água suficientes. O acordo promovido pela Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) foi assinado no último dia da feira AgroGlobal, no stand da CIMLT.
O presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo e da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, referiu que é necessário haver reservas de água para garantir o abastecimento e o desenvolvimento da agricultura, criticando os ambientalistas, dizendo não entender como é que estes podem estar contra a construção de barragens.
“As CIM da Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Beira Baixa, tendo em conta que a Bacia do Tejo é a ‘espinha dorsal’ do sistema hídrico e da organização do território nacional, consideram como desígnio nacional e investimento prioritário a construção da barragem do Alvito, no rio Ocreza, com fins múltiplos”, lê-se no documento conjunto.
As entidades intermunicipais indicam ainda que a bacia do Tejo integra as áreas de regadio mais importantes que existem no país, com forte impacto nas exportações e no equilíbrio da balança comercial. Outro dos argumentos das comunidades é de que apenas há capacidade de controlar os caudais do Tejo, quando ele já vai a meio do território português, na zona de Constância, por influência das barragens do seu afluente Zêzere, sobretudo a barragem do Castelo do Bode.
O aproveitamento do Alvito, no rio Ocreza, no concelho e distrito de Castelo Branco, é objeto de estudos desde a década de 50, sendo considerado “um empreendimento de fins múltiplos com interesse estratégico na região”, segundo o Plano Hidrográfico da Bacia do Rio Tejo, datado de Setembro de 2000. Mais de uma década depois, em 2019, surgiu o Projeto Tejo - Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Tejo e Oeste, apresentado como uma solução para resolver o problema da falta de água, mas que não se prevê que seja uma realidade a médio prazo, atendendo à dimensão do projecto e do investimento.