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Marília Matos
Marília Matos (foto DR)

Marília Matos

Secretária executiva da UGT - 59 anos, Santarém

Alguma vez escreveu um poema?

Não. Gosto de poesia mas nunca me ocorreu escrever um poema.

De quantas horas de sono precisa para acordar bem disposta?

Cerca de sete horas. Considero que uma das razões do cansaço é não dormirmos o suficiente.

Sente-se livre?

Sim, vivemos num país democrático e aceito que a minha liberdade acaba quando começa a dos outros. Ser livre não significa libertinagem. Somos animais sociais e para se viver em sociedade têm que existir regras.

O que seria para si uma tragédia?

Um problema grave com os meus filhos ou o meu marido.

Qual a sua actividade preferida?

Ler. Ler permite obter informação, reflectir sobre o mundo, conhecer outras culturas e outras formas de pensar. Ler pode divertir-nos, fazer sonhar... Uma pessoa culta que mostra ter vontade de aprender constantemente tem mais hipóteses de se destacar entre os candidatos a um qualquer posto de trabalho. Assim, ler também ajuda na carreira profissional.

Já se sente à vontade a escrever com o novo Acordo Ortográfico?

Sim, embora não tenha sido fácil e ainda tenha algumas dúvidas pontuais. O objectivo do acordo foi unificar a ortografia do português em todos os países de língua oficial portuguesa (PALOP), promovendo a unidade intercontinental, e neste caso parece ter sido um acordo com sucesso.

Tem a profissão que gostaria de ter?

Sim. Antes de ser sindicalista sou também professora e sinto que em qualquer das situações faço algo pela sociedade.

Sendo o preço médio de mil litros de água da rede um euro e meio, podemos dizer que a água está cara?

A água está cara, mas é necessário consciencializar todos para um futuro de escassez de água potável. Em menos de vinte anos Portugal enfrentará problemas de falta de água e, face a isso, talvez as pessoas tenham que realmente achar que este é um bem essencial e caro.

O que a leva a fazer “zapping”quando está a ver televisão?

Programas de má qualidade sejam em que canal for. Detesto programas do género Big Brother ou Quem quer Namorar com o Agricultor.

É aficionada? O que a fascina (ou abomina) nesta festa?

Sou aficionada. É uma tradição portuguesa que merece tanto respeito como outras. No dia 6 de Julho deste ano a maioria dos deputados reprovou um projecto de lei que visava a proibição total da tauromaquia em Portugal.

Sabe o que anda a fazer neste mundo?

Sei. Sou mãe, mulher, professora e sindicalista.

Tem alguma tatuagem ou já pensou em fazer uma?

Não, não faria uma tatuagem. Considero as tatuagens demasiado definitivas para que sejam usadas como uma moda.

Alguma vez pediu o livro de reclamações?

Claro. Esse é um direito de todos. Reclamar em situações correntes, como seja o defeito ou avaria de um produto ou prestação deficiente de um serviço, compensa sempre. Na maioria dos casos o conflito resolve-se.

Durante quanto tempo é capaz de guardar um segredo?

Muito tempo. Se a pessoa me contou um segredo é porque acha que sou confiável por isso tento sempre manter essa confiança.

Alguma vez sentiu orgulho em ser cidadã europeia?

Sou europeísta convicta. Ser europeu é fazer parte dum projecto de paz e prosperidade, construído democraticamente. Este projecto já teve muitos entraves e reviravoltas mas ainda continua a ser a melhor forma dos países deste continente terem força perante os condicionalismos do mundo. Como exemplo olhemos para a pandemia e pensemos como Portugal teria força para ultrapassar este problema se estivesse sozinho.

O que gostava de fazer e não faz para não cair no ridículo?

Dizer a certos jovens por quem passo na rua o que penso do seu comportamento.

Era capaz de dar 300 euros por uns sapatos?

Não. A moda é importante e é uma forma de expressão social mas os exageros são claramente isso mesmo: um exagero.

Sabe algum refrão de uma cantiga do Quim Barreiros? Qual?

Não. Conheço o cantor e divirto-me muito quando oiço as suas canções, mas não sei nada de cor.

Quem gostaria de ser se não fosse quem é?

Não sei. Sinto-me bem naquilo que sou, é difícil imaginar-me noutra situação.

Marília Matos

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