Ser despachado antes de chegar e manter doentes no estacionamento porque as camas têm rodas
Vulcânico Serafim das Neves
Em Vila Franca de Xira a nova administração do hospital quis mostrar que, lá por ser pública, não fica atrás da gestão dos privados que lá estiveram antes, e mantém doentes num antigo espaço de estacionamento, talvez por ter confirmado que todas as camas têm rodas.
Espero bem que o senhor Manuel Soares, que tinha uma comissão de utentes da saúde que tanto elogiava a gestão do actual administrador do Hospital de Vila Franca de Xira, quando ele geria o Centro Hospitalar do Médio Tejo, tenha mudado a residência para aquelas bandas e levado consigo a comissão, para que ele não sinta falta de elogios.
No teu último e-mail previas animação nas reuniões de câmara onde o Chega elegeu um vereador, nomeadamente em Santarém e Entroncamento e até sugerias um sistema de reserva prévia de lugares para evitar ajuntamentos.
Não sei se vai haver reservas prévias ou se o povo vai voltar a ter café e bolos grátis como no tempo da presidência de Moita Flores na capital de distrito, mas a expectativa é tão grande que, no Entroncamento, o partido novidade até já trocou o primeiro da lista, mesmo antes de ele tomar posse, pelo segundo, provavelmente a pensar no publicozinho.
E olha que o primeiro da lista até me parecia bem capaz de animar o povo. Basta dizer-te que, quando foi interrogado sobre o motivo da sua substituição antecipada, encheu o peito de ar e respondeu com um fantástico: Investiguem! É de pedir meças a qualquer humorista ou não é?!
Não sei se em Torres Novas o fabulástico António Rodrigues, que foi a alegria do povo durante a última década do século passado e a primeira deste século, na altura em que era presidente da câmara e fazia rotundas, voltará a subir ao palco da animação política local.
É verdade que os seus admiradores lhe deram votos suficientes para ser vereador da oposição, mas ele sempre disse que apenas concorria para ser prima-dona outra vez. E eu compreendo. Aparecer numa das laterais da mesa de reuniões em vez de estar ao centro a mandar papaias, era como se o Quim Barreiros deixasse de ser cantor para ir tocar ferrinhos na banda da sociedade filarmónica, lá da aldeia.
Escrevo-te antes da peregrinação de 13 de Outubro a Fátima, mas não erro se disser que os carteiristas rejubilaram com o regresso à actividade normal, num local onde o pessoal se distrai tanto a abanar o lenço branco no adeus à imagem da Virgem Maria ou a fechar os olhos para melhor se concentrar nas orações. Aquele é um dos casos em que a salvação dos crentes não está nas mãos divinas mas nas mãos da GNR. Abençoados sejam os seus elementos.
A internet aqui pelas nossas bandas, anda cada vez mais devagarinho e volta não volta pára. Só oiço falar da quinta geração, o tal 5G, mas deve ser propaganda para venderem telemóveis.
Já fui endrominado com um telelé para receber 4 G e muitas vezes, quando ando aqui pela serra, ele só me serve para fazer peso no bolso das calças ou para limpar o rabo se tiver ido aliviar-me atrás de uma rocha e não tiver papel. Não quero parecer alarmista, mas talvez seja melhor começarmos a trocar cartas em vez de e-mails. O que achas?
Saudações postais
Manuel Serra d’Aire