
Cegada regressa aos palcos em Alverca com “Feira de Outubro”
Companhia de teatro estreia o seu primeiro trabalho de criação própria desde 2019 com um texto sobre a amizade de três raparigas, com acção a desenrolar-se durante a Feira de Outubro em Vila Franca de Xira.
No palco do Teatro Estúdio Ildefonso Valério (TEIV), em Alverca do Ribatejo está tudo pronto para a estreia, a 22 de Outubro, da nova peça da companhia Cegada, a primeira desde que a pandemia começou.
“Feira de Outubro” é uma peça fortemente inspirada pela cultura flamenca, que é Património Imaterial da Humanidade da UNESCO e foi adaptada de um original do andaluz Antonio Onetti, que se passa na feira de Sevilha. Rui Dionísio, director artístico do Cegada e encenador da nova peça, explica que as semelhanças culturais entre as duas feiras o inspiraram a criar um trabalho que faz o espectador rir, chorar e reflectir sobre a sociedade actual.
“É uma peça que tem um bocadinho de tudo para todos. O texto está carregado de temas pertinentes na sociedade contemporânea como a questão do preço das coisas que não estão catalogadas. Por exemplo, qual o valor de uma amizade nos dias que correm? O valor de um carinho? Da fidelidade? A vida tem sempre elementos cujo valor não pode ser medido”, explica Rui Dionísio a O MIRANTE.
O Cegada aposta forte com a nova peça e tem nomes fortes atrás do palco e em cima dele. Ana Lúcia, Sara Cipriano e Joana Pereira da Silva dão vida a três amigas que trabalham num supermercado e decidem participar num concurso de sevilhanas, evento que colocará à prova a sua amizade.
Frederico Costa vai tocar flamenco ao vivo durante a peça, que contou também com a colaboração da professora Teresa Marcelino nas danças, Luís Madureira no trabalho de voz e locução com o elenco e cenografia do arquitecto José Manuel Castanheira, considerado um dos maiores cenógrafos da Península Ibérica. A iluminação está a cargo de Miguel Cruz, professor na Escola Superior de Teatro e Cinema.
“É uma grande aposta para a nossa reabertura da temporada pós-covid. O espectáculo esteve programado para estrear no Mês do Teatro, em Março, mas a pandemia obrigou a adiar, o que nos permitiu tornar o projecto maior e mais desenvolvido”, confessa Rui Dionísio. O último espectáculo próprio criado pelo Cegada teve lugar em 2019 e adaptou a popular peça de Alves Redol, “Fronteira Fechada”, que foi um êxito e esgotou praticamente todas as sessões.
O espectáculo será apresentado em temporada de onze sessões no TEIV e depois parte em digressão nacional com passagem pelo Teatro Circo, em Braga; Teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo; Teatro das Beiras, na Covilhã e o Auditório Municipal António Silva em Sintra, ainda no decorrer do mês de Novembro. Os bilhetes para assistir à peça no TEIV de Alverca do Ribatejo já estão à venda.
