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Luísa Gargalo quer mais participação associativa nos Águias de Alpiarça
Luísa Gargalo é a primeira mulher presidente do clube desportivo "Os Águias" de Alpiarça

Luísa Gargalo quer mais participação associativa nos Águias de Alpiarça

Desde que assumiu a presidência do clube, em 2015, que o número de modalidades aumentou nomeadamente o futebol e o ciclismo, categorias que deram muitas vitórias. Em entrevista a O MIRANTE Luísa Gargalo fala da importância do papel das mulheres no associativismo e da necessidade de os pais ensinarem os filhos a gostarem de praticar desporto.

Luísa Gargalo, 62 anos, é a primeira mulher a presidir ao Clube Desportivo “Os Águias” de Alpiarça desde a sua fundação, a 1 de Outubro de 1922. A menos de um ano de completar um século de existência a colectividade quer reconquistar o fulgor de outros tempos proporcionando à comunidade mais modalidades e procurando fazer renascer outras, como o futebol e o ciclismo, que deu ao clube vitórias em etapas da Volta a Portugal e várias conquistas nacionais e internacionais.

Luísa Gargalo é presidente d’“Os Águias” desde 2015; acumula as funções de dirigente com as de responsável pelo gabinete de Desporto da Câmara de Alpiarça. Está ligada ao clube desde a infância tendo começado o seu percurso desportivo na ginástica. Mais tarde licenciou-se em desporto e passou a ensinar aos mais jovens, como professora e treinadora, a importância do desporto no desenvolvimento humano.

A conversa de O MIRANTE com Luísa Gargalo decorre na sede do clube e aborda vários temas, entre os quais o facto de ser uma das poucas mulheres a liderar uma associação desportiva na região. A dirigente reconhece que o papel da mulher no associativismo desportivo deve ganhar mais importância porque acrescenta uma perspectiva diferente e traz mais-valias às colectividades.

Afirma que nunca se sentiu tratada de maneira diferente por ser mulher, pois conquistou o respeito dos sócios através da sua entrega e dos anos de dedicação ao clube. “O associativismo já não é o que era, por isso não importa ser homem ou mulher; o mais importante é existir vontade de participar, darmos o nosso contributo e envolvermo-nos com a comunidade, especialmente com os mais jovens”, vinca.

Em quase sete anos à frente da associação nunca teve de dar um murro na mesa porque considera que a melhor liderança é a que é realizada dando o exemplo. Assume-se como uma mulher pacífica, conciliadora e que pondera sempre as suas decisões ouvindo a opinião dos colegas de direcção. “Nunca gostei de me individualizar. Acho que o debate e a troca de ideias é fundamental para fazer crescer um projecto e por isso preciso da colaboração de todas as pessoas”, sublinha.

VOLTAR À ELITE DO CICLISMO

Luísa Gargalo procura acompanhar todas as modalidades, mas confessa que é uma tarefa difícil, pois tem que conciliar a sua vida pessoal, profissional e associativa. O segredo, diz, está em desdobrar-se entre as várias modalidades. Afirma que gosta de ter uma relação próxima com os atletas sobretudo quando os acompanha nos treinos ou competições.

Desde que foram empossados os actuais órgãos sociais houve um aumento do número de modalidades disponíveis, algumas de raiz, como o teqball e a patinagem em velocidade, e outras que renasceram como o ciclismo e o futebol sénior masculino. “Actualmente temos duas dezenas de modalidades. Com a requalificação que está a decorrer do pavilhão esperamos conseguir ter ainda mais, nomeadamente futsal”, explica.

Em relação ao ciclismo que, ao nível competitivo, não existe há vários anos, o grande objectivo é voltar à elite nacional. “Com a criação da Escola de Formação de Ciclismo penso que vamos lá chegar. Vamos ter que trabalhar muito, mas não escondo o sonho de voltar a ter atletas da terra a correr com a nossa camisola na Volta a Portugal e em competições internacionais”, afirma com um sorriso no rosto.

PAIS MAIS EXIGENTES EM RELAÇÃO AO SEDENTARISMO

Um dos assuntos que mais preocupa Luísa Gargalo é a tolerância e falta de exigência dos pais em relação ao sedentarismo dos filhos. Na sua opinião, devem criar-se estratégias para que as crianças tenham vontade de sair de casa, largar a televisão e o computador, para praticarem desporto enquanto estabelecem novas amizades e adquirem novas aprendizagens.

“A desculpa é que os pais deixam fazer o que os filhos gostam; mas o princípio não deve ser esse; os pais devem ensinar os filhos a gostarem de outras coisas e fazer-lhes ver que o desporto colectivo, ou individual, é muito importante para a sua saúde”, reforça.

Outra das questões por resolver prende-se com a necessidade que alguns pais têm em envolver-se em demasia prejudicando o seu rendimento competitivo. “Felizmente que muitos contribuem de forma positiva; quanto aos que exageram, parte da formação de cada pessoa. A melhor forma de atenuar o problema é existir um trabalho de formação entre pais, treinadores, atletas e dirigentes”, diz.

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