uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
“Na fisioterapia os resultados dependem muito da força de vontade”
Ana Paula Santos é proprietária da empresa Fisiomovimento, fundada em Março de 2021

“Na fisioterapia os resultados dependem muito da força de vontade”

Ana Paula Santos, 46 anos, proprietária da Fisiomovimento.

Há 18 anos deixou o Brasil e encontrou em Benavente um lugar para viver e trabalhar na sua área de formação. Nessa altura já sonhava abrir uma clínica de fisioterapia ao domicílio, mas faltava-lhe coragem para avançar. Quando o país se fechou em casa a necessidade estava lá e a fisioterapeuta Ana Paula Santos agarrou-a.

O dia de trabalho começa às sete da manhã. Depois de tratar duas dezenas de utentes da Santa Casa da Misericórdia de Benavente a fisioterapeuta Ana Paula Santos mete-se no carro onde transporta equipamentos de laser, ultrassom e pedaleiras e viaja até casa da primeira paciente da tarde para dar início a mais um tratamento de fisioterapia ao domicílio. Uma necessidade sentida quando o país ficou fechado em casa e que a empresária que nasceu em Minas Gerais, Brasil, e reside há 18 anos em Benavente, não quis desperdiçar.

“Há muito tempo que sonhava com algo assim, mas faltava-me coragem para avançar. Com a chegada da pandemia - que a impossibilitou de trabalhar por causa dos filhos - decidi dar um tiro no escuro”, explica acrescentando que foi uma decisão que acabou por superar todas as expectativas. E foi assim que idealizou a Fisiomovimento desde o início: “Uma clínica ambulante, que se instala em casa dos doentes para prestar um tratamento personalizado, feito com calma e num ambiente familiar”. A sua especialidade são os tratamentos de fisioterapia musculoesquelética, neurológica, respiratória e geriátrica.

A fisioterapia foi até hoje a única profissão desempenhada por Ana Santos. Licenciou-se no Brasil e foi lá que deu os primeiros passos na área, a trabalhar numa unidade hospitalar. Mas já nessa altura tinha o “desejo de vir para Portugal” à procura de uma vida melhor. Chegou sozinha, de malas na mão e com o coração apertado. “Foi difícil ficar longe da família, mas sei que tive muita sorte desde o início porque muitos brasileiros licenciados vêm para cá e só conseguem trabalho em cafés e supermercados”, diz.

Depois de ter conseguido que a sua licenciatura fosse reconhecida pela Escola Superior de Tecnologia de Lisboa respondeu a um anúncio de emprego num jornal para uma vaga de fisioterapeuta na Santa Casa da Misericórdia de Benavente, instituição onde trabalha até hoje.

“Falta valorizar a classe dos fisioterapeutas”

Ana Santos define-se como uma profissional exigente com os seus pacientes porque “um fisioterapeuta sozinho não faz milagres”. Como diz, “na fisioterapia os resultados dependem muito da força de vontade do doente”. Os planos de tratamento que traça são pensados e adequados às necessidades de cada um até porque “na fisioterapia não há uma receita comum”.

No que respeita ao estado da sua profissão em Portugal Ana Santos diz que “falta valorizar a classe dos fisioterapeutas”. Há quem seja técnico de fisioterapia, que tira o curso em escolas de massagens, ou enfermeiro de reabilitação que se apresenta a pacientes como fisioterapeuta. E isso, avisa, é “usurpação da função”, acrescentando que “felizmente está a ser criada a Ordem dos Fisioterapeutas”, que se espera que “ponha ordem nisto tudo”.

A profissional, que mudou de país à procura de uma oportunidade de trabalho na área, é também mãe de dois rapazes. Os fins-de-semana são para passar tempo com eles e consigo. “Para quem trabalha ter o seu tempo, os seus momentos para desligar é fundamental”, defende revelando que gosta de poder estar sozinha a ler um livro, ouvir música ou dedicar tempo à culinária.

Ser médica dentária foi um sonho que ficou pelo caminho

Quando frequentava o ensino básico e perguntavam a Ana Santos que profissão queria seguir a resposta estava-lhe na ponta da língua: ser médica dentista. Um sonho que acabou por esbarrar em duas tentativas falhadas de entrar para esse curso na faculdade. “Veio a decepção e tive que fazer outra escolha”, recorda. Entre as dúvidas e anseios, uma certeza: “Tinha que estar ligado à área da saúde”. Foi assim, conta, que se lembrou da fisioterapia. Apaixonou-se de “imediato pelo curso” e é uma profissional realizada.

“Na fisioterapia os resultados dependem muito da força de vontade”

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido