Empresários souberam fintar a pandemia com esforço e resiliência
Nove empresas e empresários foram distinguidos por O MIRANTE na tarde de quinta-feira, 24 de Novembro, com prémios do Galardão Empresa do Ano, no Convento de São Francisco, em Santarém. Nas intervenções dos galardoados houve recados para o Governo pela falta de apoio aos pequenos e médios empresários, reivindicações, como a de bolsas de estudo no ensino privado, elogios aos colaboradores e agradecimentos aos familiares.
Não foi a pandemia que vergou ou verga os empresários que têm sido resilientes e lutado, pondo à prova, como nunca, o seu empreendedorismo e a capacidade de dar a volta às dificuldades e que merecem por isso ser distinguidos. Na gala de entrega dos prémios Galardão Empresa do Ano, iniciativa de O MIRANTE, que decorreu no Convento de São Francisco, em Santarém, na tarde de quarta-feira, 24 de Novembro, os empresários destacaram a importância de ter colaboradores motivados e empenhados numa altura particularmente desafiante. Pelo meio não faltaram os recados ao Governo e à falta de apoios que este tem dado aos pequenos e médios empresários (ver caixa).
O Jovem Empresário do Ano, Luís Vilela, da clínica Dentinovas, em Torres Novas, elogiou a iniciativa de O MIRANTE considerando que os jovens têm muito para dar e precisam de ser apoiados e ouvidos. “Foi um ano cheio de dificuldades para todos e por isso foi muito importante que todas as empresas tenham conseguido unir-se em torno do bem comum. A geração mais nova tem muito para dar e há jovens com bastantes ideias e sede de fazer”, defendeu apelando a que não fechem a porta aos jovens.
O responsável do Instituto Superior de Gestão e Administração (ISLA) de Santarém, galardoado com o prémio PME do Ano, lembrou a necessidade de haver uma “pedrada no charco” que desperte a classe governativa para os problemas do sector. “Receber este prémio deixa-nos com um trabalho acrescido de continuar a lutar por um ensino de excelência na região, mesmo com o constante esquecimento público no que toca às bolsas de ensino, que mais parece remontar ao século XVIII”, criticou Domingos Martinho.
O gestor lembrou o papel fundamental do ISLA de Santarém na preparação e ensino dos jovens da região que, defendeu, deviam ter um tratamento igual por parte da tutela no que toca ao ensino público. “Quem pensa que as bolsas de estudo deviam ser privadas ou públicas que meta a mão na consciência”, criticou, sublinhando que a instituição tem apoiado alunos por sua conta em nome da região e porque são os estudantes que precisam. A terminar a sua intervenção Domingos Martinho disse que podem continuar a contar com o ISLA, que vai continuar a lutar pela região. “Não vamos desistir”.
Colaboradores são o coração das empresas
As mulheres foram também protagonistas da cerimónia com Isabel Leão, da Era Santarém, que recebeu o prémio Mulher Empresária, que esta distinção “é importante para as mulheres, que infelizmente ainda estão um pouco à margem destes prémios”. Anabela Tereso, da Quinta da Atela, que recebeu o prémio Prestígio, depois de agradecer à família, marido e todos os colaboradores, salientou que este reconhecimento os deixa orgulhosos do trabalho que têm feito e que ainda há muito mais para fazer.
A maioria dos empresários destacou a importância de voltar a encontrar-se pessoalmente depois de uma pandemia que colocou os negócios à prova e elogiou a capacidade, empenho e dedicação dos colaboradores. Alexandre Solis, da OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, prémio Excelência disse ser uma “grande honra” receber um prémio “tão ilustre” atribuído pelo jornal. “Todos os colaboradores da OGMA merecem ser reconhecidos pelo trabalho que exercem todos os dias num sector tão exigente como a aviação”, destacou. De igual modo, Adélia Madaleno, da Nobre Alimentação, galardoada com o prémio Empresa do Ano, defendeu o papel “muito importante” dos colaboradores nos últimos dois anos que, disse, “foram muito difíceis” para os empresários. “O compromisso, empenho e profissionalismo de todos os colaboradores da Nobre foi fundamental”, notou.
Eva Cadima da agência de publicidade com o seu nome, Microempresa do Ano, lembrou o “forte orgulho” de ser de Santarém e agradeceu o prémio à família e amigos. Joana Lisboa, da Asfertglobal, distingida com o galardão de Empresa Mais Exportadora, destacou o “grande dinamismo comercial” de toda a região e todos os empresários. “Estamos numa região que tem tido sempre um elevado crescimento”, afirmou.