Adrien Lochon subiu ao palco e depois de pedir às centenas de convidados que encheram a antiga igreja do Convento de São Francisco, em Santarém, para relaxarem os braços pediu uma nota de 5 euros ao ex-presidente da Câmara da Golegã. José Veiga Maltez fez uma marca com esferográfica na nota para saber que era sua. Em cima do palco o ilusionista de Casével dobrou a nota até ficar um pequeno quadrado e com um isqueiro incendiou-a e fê-la desaparecer.

Junto ao palco Veiga Maltez assistia ao truque de magia atentamente para ver se não lhe passava despercebido nenhum pormenor. Por artes mágicas a nota rubricada pelo antigo autarca apareceu intacta numa carteira que Adrien Lochon tinha em cima do púlpito. Um simples truque de magia que arrancou sorrisos e palmas aos convidados que assistiram à gala dos prémios Personalidades do Ano de O MIRANTE.

Adrien Lochon voltou ao palco a meio da cerimónia com um baralho de cartas atado com um elástico. Atirou o baralho ao presidente da Câmara de Benavente, que se encontrava na primeira fila, e pediu para que Carlos Coutinho escolhesse uma carta do meio do baralho, memorizasse-a e guardasse segredo. Coutinho devolveu o baralho a Lochon. O ilusionista fez o mesmo com o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, e com a presidente da Câmara de Alpiarça, Sónia Sanfona.

Adrien Lochon pediu depois a Joana Salgado Emídio que enumerasse três cartas do baralho à sua escolha. A directora executiva de O MIRANTE e apresentadora da gala indicou três cartas, que corresponderam às escolhidas pelos autarcas. Mais um truque de magia que voltou a arrancar gargalhadas e palmas ao público.

Magia para crianças no IPO foi espectáculo que mais o sensibilizou

Engenheiro informático, Adrien Lochon diz que a informática foi a única área onde achou poder trabalhar por obrigação uma vez que se fosse para fazer algo por paixão dedicar-se-ia apenas à magia. E acrescenta a O MIRANTE que a magia também deve ter uma paixão por ele porque, quando era criança e assistia a actuações de mágicos, era frequentemente o escolhido para os ajudar nos truques, como assistente.

Profissionalizou-se na magia em 2012 e começou a fazer espectáculos mais assiduamente, desde casamentos a baptizados, passando por convites para eventos como o de O MIRANTE. A pandemia roubou-lhe muitos espectáculos e teve que adaptar alguns. “A minha magia é muito de contacto e estou sempre a dar coisas às pessoas. Com a Covid-19 isso não é possível, por isso tive que alterar essa interactividade com as pessoas mas dar-lhes a sensação de ligação com elas”, explica a O MIRANTE momentos antes de subir ao palco.

Adrien Lochon ainda fez alguns espectáculos online mas confessa não conseguir transmitir a mesma energia de um espectáculo ao vivo. “Não era a mesma coisa e não me estava a deixar feliz”, admite. Durante os confinamentos trabalhou sempre como informático. Há cerca de seis meses regressou com os espectáculos de magia ao vivo e diz ter mais marcações do que antes da pandemia. “As pessoas estiveram tanto tempo fechadas que estão sedentas de sair de casa e ver coisas novas”, sublinha.

O informático garante que a magia pode ajudar a superar a actual crise pandémica que atravessamos. “O que faço são truques e brincadeiras mas há muita magia no mundo. A pandemia relembrou-nos a importância de estar com as pessoas e abraçar. A utilização de máscaras dá a sensação que as pessoas comunicam mais com o olhar. A pandemia ensinou-nos que o mais importante são as coisas mais simples da vida”, realça.

O espectáculo de magia que mais o sensibilizou foi com crianças do Instituto Português de Oncologia. Os momentos antes e depois foram os mais difíceis pela noção dos problemas de saúde das crianças. O momento do espectáculo foi mágico, garante. Admite que gostava, com um truque de magia, fazer desaparecer duas ou três pessoas mas não diz quem são. É um segredo, como outros que usa nos seus truques, que fica com ele.