Oposição renuncia ao mandato e força eleições na União de Freguesias de Alvega e Concavada
Eleitos do PSD e do BE demitiram-se em bloco em divergência com o presidente da junta socialista que queria um executivo só com autarcas do PS.
Os eleitos do PSD e BE na Assembleia de Freguesia de Alvega e Concavada renunciaram ao mandato forçando a realização de novas eleições autárquicas naquela união de freguesias do concelho de Abrantes. A terceira tentativa para formar o executivo da junta de freguesia decorreu na noite de quinta-feira, 25 de Novembro, e mais uma vez PS, PSD e BE não se entenderam.
Os socialistas, que ganharam as eleições por escassa margem e não têm maioria absoluta na assembleia de freguesia, mais uma vez propuseram um executivo da junta apenas com elementos do PS. A oposição, composta por PSD e BE, mais uma vez votou contra por também querer lugares no executivo. Refira-se que PS, PSD e BE têm três eleitos cada na assembleia de freguesia, pelo que a oposição tem larga maioria no órgão que decide a composição do executivo da junta.
O presidente da junta eleito, o socialista José Felício, alega que quem ganha as eleições deve governar com os elementos que quer para a sua equipa. “A oposição faz-se na assembleia de freguesia, não no executivo da junta”, referiu a O MIRANTE. Uma ideia com que a oposição não concorda.
José Felício sempre descartou a ideia de formar executivo com pessoas “em quem não tem confiança”, ou seja, um executivo de acordo com o proposto pelos restantes dois partidos, integrando, além do presidente socialista, o cabeça-de-lista do PSD, António Moutinho, e o cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda, Eduardo Jorge, tendo chegado a propor que a presidência da mesa da assembleia de freguesia fosse detida pelo PSD e pelo BE.
Perante o impasse, os eleitos do PSD e do BE decidiram renunciar ao mandato, para a população poder decidir novamente quem quer que governe. A comissão política do PSD de Abrantes referiu, através de comunicado, apoiar a decisão dos seus eleitos. “Estarmos perante um episódio político que, em nada, abona a favor do PS de Abrantes uma vez que este partido e os seus líderes não revelam espírito democrático e não promovem a abertura para a aceitação de duas forças políticas que, legitimamente, tinham o mesmo número de eleitos e que apenas queriam respeitar a vontade dos eleitores, defendendo os interesses da União de Freguesias de Alvega e Concavada”, considera.