Misericórdia do Sardoal vai eleger novos dirigentes
Provedor Anacleto Batista renunciou ao cargo após alguma contestação interna devido à difícil situação financeira da instituição. Estava nessas funções desde 1989. Assembleia-geral extraordinária realiza-se a 18 de Dezembro.
A Santa Casa da Misericórdia do Sardoal vai reunir em assembleia-geral extraordinária para eleger o vice-presidente da mesa da assembleia-geral, a mesa administrativa e os membros do conselho fiscal, que são os órgãos sociais em falta no mandato de 2019/2023. Esta eleição, que se realiza a 18 de Dezembro, pelas 14h00, decorre depois do provedor da Misericórdia do Sardoal, Anacleto Batista, ter renunciado ao cargo a 30 de Outubro. Os elementos da mesa administrativa e do conselho fiscal também pediram renúncia aos cargos. Os restantes órgãos sociais mantêm-se em funções até à nova eleição.
A Misericórdia do Sardoal é um dos maiores empregadores do concelho, com cerca de 80 funcionários e problemas financeiros que levaram, inclusivamente, a atrasos no pagamento de ordenados e à necessidade de se realizar um saneamento financeiro da instituição.
Anacleto Batista renunciou ao cargo de provedor a meio do mandato, que terminaria em 2023. O presidente da mesa da assembleia-geral, Miguel Borges, que também é presidente da Câmara do Sardoal, já tinha pedido a demissão do provedor em Setembro do ano passado. Na altura, Miguel Borges alegava graves erros de gestão e lamentava o que se passava na Misericórdia do Sardoal que atravessava (e continua a atravessar) problemas financeiros que levaram ao encerramento da valência de creche por incapacidade financeira.
Miguel Borges explicou, no início de Novembro, a O MIRANTE que mantém a sua opinião e afirma que muitos dos irmãos da Misericórdia não se revêem na actual gestão da instituição que emprega cerca de 80 funcionários. Em Agosto de 2020 houve um incumprimento parcial do pagamento dos vencimentos dos trabalhadores, que foi depois regularizado. No entanto, a situação dos salários dos funcionários foi sempre muito precária com os pagamentos a serem feitos de forma faseada e nunca no dia em que deveria ocorrer.
Em Dezembro do ano passado alguns trabalhadores foram despedidos devido aos problemas financeiros da instituição. Na altura, Anacleto Batista referiu que a Santa Casa estava a estudar um plano de reestruturação financeira. Anacleto Batista é provedor da Misericórdia do Sardoal desde Janeiro de 1989. Antes fez um mandato como vice-provedor, outro como presidente do conselho fiscal e outro como presidente da mesa da assembleia-geral. Integra os órgãos sociais da Misericórdia desde 1971.