VFX quer melhorar recolha de lixo para combater falta de civismo
As más práticas de alguns moradores têm afectado a imagem e limpeza do espaço público com lixo doméstico e monos abandonados sem cuidado junto a ilhas ecológicas e ecopontos.
Tendo em conta o actual estado de calamidade e a chegada do Natal, o município de Vila Franca de Xira promete ajustar a sua acção em função das restrições existentes e tornar a recolha do lixo doméstico mais assertiva, de forma a erradicar as imagens degradantes de lixo espalhado pelo espaço público que se têm verificado com regularidade.
Também a deposição dos monos domésticos, cuja competência de recolha varia de freguesia para freguesia, vai ser alvo de monitorização constante. “Estamos cientes que esta é uma área prioritária de intervenção e que serão sempre asseguradas as condições de higiene e salubridade do espaço público”, afirma fonte do município a O MIRANTE.
O problema da acumulação de lixo e monos domésticos em alguns locais do concelho não é novo, em particular nas cidades, situação decorrente muitas vezes da falta de civismo dos moradores. Há quem não faça a separação de resíduos, quem não feche os sacos do lixo e quem opte por atirar móveis velhos e sofás para as ilhas ecológicas sem avisar previamente os serviços de recolha.
É uma luta desigual entre serviços de recolha e moradores que, frequentemente, dão em imagens do terceiro mundo, como as que nas últimas semanas têm chegado à redacção de O MIRANTE. Em especial nas cidades. José Santos vive na Póvoa de Santa Iria e diz não ter palavras para o que está a acontecer. “Sempre que vou ao lixo é um nojo. Está tudo sujo, falta alguma limpeza e as pessoas muitas vezes não ajudam a manter tudo arranjado e limpo”, lamenta.
Em Alverca, os problemas sentem-se sobretudo nos grandes bairros, como o Bom Sucesso. “Vêm recolher os monos mas muitas vezes no dia seguinte está tudo cheio outra vez. Dá muito mau aspecto”, lamenta Filipa Monteiro, moradora no Bom Sucesso há quase 20 anos. “Sobretudo desde a pandemia que isto agravou”, relata.
Sensibilizar os moradores
No que toca ao lixo doméstico a câmara é responsável pela sua recolha em todo o concelho e garante que as equipas do sector encontram-se diariamente a fazer todos os possíveis para ultrapassar os constrangimentos que vão surgindo. Mas nem sempre é fácil. Por isso lançou uma campanha para sensibilizar a comunidade para a correcta deposição dos resíduos sobretudo junto do público escolar e através da campanha “Desperdício não é lixo”, onde se apela à comunidade para a separação correcta dos resíduos.
No final de 2020 a câmara adquiriu quatro novas viaturas para melhorar o serviço, incluindo duas novas viaturas para recolha de resíduos biodegradáveis e duas para recolha de resíduos urbanos indiferenciados.
Juntas atentas e prontas a intervir
Já no que diz respeito aos monos domésticos de grandes dimensões, nas três cidades do concelho, a recolha é da responsabilidade da câmara na União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho e das juntas de freguesia na União de Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa e na sede de concelho, Vila Franca de Xira. As duas juntas dizem-se atentas e preocupadas com a situação garantindo responder com rapidez quando os munícipes solicitam a recolha.
É na Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa que o problema é mais expressivo, como O MIRANTE apurou nas ruas José Afonso, Almirante Gago Coutinho, José Nogueira Vaz, Padre Manuel Duarte, Alberto Sanches de Castro e na Praça José António Veríssimo, entre outras. Ana Cristina Pereira, presidente da junta, reconhece os constrangimentos e promete que a junta vai trabalhar para melhorar a situação. “A recolha dos monos tem sido mais intensa e é um trabalho cada vez maior. Mas há cada vez mais munícipes e empresas que deixam monos nos locais de recolha, o que leva a um trabalho redobrado”, lamenta.