Parques empresariais do Cartaxo são um fiasco mas novo presidente quer dar a volta
Processos para criação de novas áreas de localização empresarial estão em ponto morto há anos devido à burocracia e o parque de negócios já existente não tem conseguido atrair empresas.
O novo presidente da Câmara do Cartaxo, João Heitor (PSD), confessa ter dificuldade em compreender como é que o parque empresarial Tagusvalley, implantado há já uns anos junto ao nó de acesso à A1 no Cartaxo, ainda só tem uma empresa instalada, depois do significativo investimento feito.
O Tagusvalley é gerido por uma sociedade em que a maioria do capital é privado, tendo a Câmara do Cartaxo 23% do capital social. João Heitor afirmou ter colocado questões na assembleia-geral em que participou tendo ficado a saber que a autarquia tem a obrigação de concretizar algumas infra-estruturas em falta. O autarca compromete-se a acompanhar de perto a situação fazendo parte do novo conselho de administração da sociedade que gere o Tagusvalley.
João Heitor foi o orador convidado da sessão online sobre “Os desafios para o desenvolvimento económico do concelho do Cartaxo”, realizada no dia 30 de Novembro, pelo Núcleo NERSANT do Cartaxo no âmbito da Mostra Empresarial Digital de Rio Maior e Cartaxo.
O autarca manifestou ainda preocupação com a possibilidade de se perder o projecto para o parque empresarial do Casal Branco que se arrasta há anos. João Heitor alertou que se não forem construídas as infra-estruturas necessárias essa área poderá perder-se com a reclassificação dos terrenos em RAN (Reserva Agrícola Nacional) e REN (Reserva Ecológica Nacional). “O PDM (Plano Director Municipal) deverá estar aprovado até final de 2022, caso contrário perderemos o acesso aos fundos comunitários. E para que o Casal Branco fique contemplado como parque empresarial é necessário que esteja infra-estruturado. O interesse da câmara é ter ali empresas instaladas e não ganhar dinheiro com os terrenos”, afirmou.
Quanto à Zona Industrial da Lapa o problema prende-se com o facto dos terrenos não se encontrarem legalizados, problema que se arrasta há cerca de 20 anos. “Precisamos de novos espaços para acolher empresas, e o PDM terá de contemplar soluções para estes problemas como o da Lapa e do Casal Branco”, disse.
Agilizar processos, reduzir a burocracia
O autarca do Cartaxo considera que o município tem de fazer a sua parte para ajudar a aumentar a dinâmica económica do concelho, “desde logo aumentando a agilidade dos processos de licenciamento facilitando e aumentando a capacidade de resposta às necessidades das empresas já existentes e das que pretendam instalar-se”.
Deu também conta da forte pressão imobiliária que se faz sentir no concelho e que se traduz na existência de 1.200 processos pendentes nos serviços de urbanismo do município. “São muitas obras que não avançam, investimento que não se realiza, pessoas que não se fixam no concelho”, afirmou adiantando que “os parcos recursos da câmara estão actualmente centrados na organização da ExpoCartaxo, da Feira dos Santos e da Festa do Vinho, e com menos foco na promoção e atracção de investimento. Por isso considera importante o apoio de parceiros como a NERSANT para poderem melhorar o apoio às empresas.