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Em defesa dos papa-reformas e do bom uso dos dinheiros públicos

Desalinhado Serafim das Neves

Com a aproximação do Natal os semáforos intermitentes da Ponte da Chamusca vão ter finalmente alguma utilidade. É pena que só pisquem amarelo, mas sempre é melhor que nada E para quem tem que passar tempos infinitos nas filas provocadas por camiões encalacrados a meio do tabuleiro sempre é uma distracção.

E se o presidente da câmara municipal aparecer por lá, com um gorro patusco na cabeça, a interpretar canções natalícias e a tilintar os guizos, aquilo pode transformar-se numa grande atracção turística.

Como pelos nossos lados não há renas, o que vamos continuar a ver no Natal são javalis que se aproximam das localidades à procura de comida que não encontram no campo, nem nas florestas, como pizas, hambúrgueres, kebabes ou mesmo sushi. E para eles aquilo nem é lixo alimentar. Basta pensarmos nas porcarias que comem habitualmente lá pelas florestas.

E ainda bem, para os javalis, que os deputados estão em pousio à espera das eleições. Assim, pelo menos por enquanto, livram-se de um programa de alimentação saudável de animais selvagens à base de rações veganas, por exemplo.

Por falar em eleições, porque não nomear o Vice-Almirante Gouveia e Melo para um grupo de trabalho, ou “task-force”, como dizem os mais modernos, que tenha por missão reduzir a abstenção? Se nas vacinas a taxa de abstenção foi de 14 por cento, acho que se ele conseguisse o mesmo resultado seria um feito ainda mais falado internacionalmente do Minho ao Algarve.

Bem sei que uma simples injecção de políticos é bem pior que meia dúzia de doses da AstraZeneka estragadas, mas se ele, em vez do camuflado, aparecer de escafandro e com umas sereias a sério para contrapor ao canto das rançosas sereias dos partidos, vai conseguir.

Serafim, peço a tua solidariedade para com os inocentes veículos a que chamam papa-reformas. Desde o seu aparecimento até agora são os mártires de tenebrosas campanhas que nos querem fazer acreditar que tudo o que está mal a nível de trânsito é culpa deles e daqueles a quem imaginativos jornalistas chamam sexagenários reformados de oitenta e tal anos.

A campanha é tão insistente e agressiva que qualquer português, por mais esclarecido e sensato que seja, mal ouve falar de um acidente com um carro em contra-mão, seja numa rotunda ou auto-estrada, pensa logo num papa-reformas. Eles são uma espécie de ciganos da indústria automóvel. Só que em vez de serem os únicos a receber o rendimento mínimo ou a fazer assaltos são os únicos a atrapalhar os bons e cumpridores condutores, como nós.

Termino com uma saudação à Câmara de Azambuja por, em tempo oportuno, ter oferecido bilhetes para touradas a menores de 16 anos. É uma boa maneira de educar os jovens, sim senhor, e de manter a tradição de aplicar bem o dinheiros dos nossos impostos. Como não moro em Azambuja e já não tenho menos de 16 anos, vou esperar que o meu município serrano pense nos mais velhos e nos ofereça bilhetes para visitar as grutas ou para uma bebida num bar com dança no varão, por exemplo! Isso é que era...uma verdadeira tourada, digamos assim!

Saudações imaginativas Manuel Serra d’Aire

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