Distrital do PSD aposta em Isaura Morais como cabeça-de-lista e descarta Duarte Marques
João Moura e Inês Barroso são os nomes seguintes da lista de candidatos à Assembleia da República proposta à direcção nacional do PSD. O actual deputado Duarte Marques não está entre os indicados.
A distrital de Santarém do PSD propôs à direcção nacional uma lista de candidatos às Legislativas de 30 de Janeiro de 2022 liderada pela actual deputada e vice-presidente do partido, Isaura Morais, que também foi cabeça-de-lista nas Legislativas de 2019.
João Moura, deputado, presidente da distrital e número dois da lista votada na noite de 30 de Novembro pela Comissão Política Distrital alargada, disse à Lusa que todos os 14 nomes (nove efectivos e cinco suplentes) que foram apresentados à direcção nacional do PSD foram votados “de forma expressiva”, numa reunião que decorreu de forma “pacífica e ordeira”.
Além de Isaura Morais (Rio Maior) e de João Moura (Ourém), a lista inclui em terceiro lugar a actual vice-presidente da Câmara de Santarém, Inês Barroso, indicada pela concelhia da capital do distrito, seguindo-se o secretário da distrital, Rui Rufino, que foi vereador na Câmara da Chamusca no último mandato.
Em quinto lugar surge Tiago Carrão, actual vereador na Câmara de Tomar, depois Sónia Ferreira, vereadora na Câmara de Benavente, João Oliveira, presidente da distrital da JSD (Cartaxo), Tiago Ferreira, vereador na Câmara de Torres Novas, e Susana Vitorino (Coruche).
Salientando que a lista é “equilibrada” e respeita a “coesão territorial”, João Moura declarou-se convicto de que “será aceite”, mas frisou que parte para a reunião receptivo à negociação.
Não há lugares cativos e Duarte Marques ficou de fora
Nas eleições legislativas de 2019 a lista de deputados do PSD pelo círculo eleitoral de Santarém esteve no centro de uma polémica com o presidente do partido a alterar a ordem dos nomes propostos pela distrital passando Isaura Morais de número três para o topo da lista fazendo descer João Moura e retirando o nome indicado pela concelhia de Santarém, Ramiro Matos, fazendo-o substituir pelo deputado Duarte Marques, um dos críticos de Rui Rio nas recentes eleições internas.
Na altura, João Moura afirmou que a imposição de Duarte Marques pela direcção nacional se devia a uma “cunha” de Nuno Morais Sarmento. O presidente da distrital social-democrata de Santarém disse à Lusa que o “ruído” que tem surgido nos últimos dias em “alguma comunicação social” é “normal” porque “os excluídos se sentem muito importunados”.
Para João Moura, não é aceitável que num distrito em que o partido tem elegido três deputados “haja um lugar cativo”. João Moura disse que foi apoiante de Rui Rangel nas directas que culminaram na reeleição de Rui Rio para a presidência do PSD, mas frisou não ter ocupado qualquer lugar na estrutura que apoiou aquela candidatura.
“Independentemente do que aconteceu nas directas, a distrital de Santarém tem um mandato imaculado”, disse, sublinhando o “elogio” do presidente do partido ao trabalho feito nas autárquicas, por ter sido “o distrito que mais subiu” a votação, e o trabalho “em sintonia” desenvolvido no Parlamento. “Não há nenhuma razão para ruído. É uma deslealdade”, afirmou.