Novo presidente da Junta da Barrosa demite-se sem explicar porquê
Presidência passou para a quarta da lista do PS depois de a número três e de o presidente eleito terem renunciado ao mandato. PS nega divergências internas. PSD quer eleições antecipadas.
A tensão política na freguesia da Barrosa, concelho de Benavente, subiu de tom na última semana depois do presidente eleito pelo PS, Nuno Gaspar, e a secretária da junta, Sónia Faria, que era a terceira da lista, terem renunciado ao mandato. O ex-autarca recusa-se a comentar, a concelhia socialista fala em razões “pessoais e profissionais” e o PSD em divergências dentro do PS.
O PS de Benavente, liderado por António Rabaça, apressou-se a negar as “divergências” de Nuno Gaspar com a anterior presidente de junta, Fátima Machacaz, contrariando o que uma fonte havia dito a O MIRANTE. “Não se entendiam, ele [Nuno Gaspar] queria tomar decisões e a Fátima continuava a querer mandar como se ainda fosse a presidente”, disse a fonte.
Fátima Machacaz, recorde-se, impedida pela lei da limitação de mandatos de encabeçar a última lista à Assembleia de Freguesia da Barrosa, concorreu em segundo lugar na lista liderada por Nuno Gaspar, passando a integrar o novo executivo como tesoureira. Após a renúncia Fátima Machacaz foi quem dirigiu a sessão da assembleia de freguesia, a 3 de Dezembro, dando posse como presidente da junta a Ana Margarida Fonseca, quarta da lista.
PSD culpa PS por crise política
Fátima Machacaz “completamente desprovida de poderes” deu posse “como presidente da junta à pessoa que ia em quarto lugar na lista do PS”, refere o PSD em comunicado, considerando a “situação inaceitável e incompreensível”. Na mesma nota é ainda defendida a marcação de novas eleições, pois os eleitores “não votaram na solução que esta crise política do PS lhes está a impor”. Igualmente crítico foi o ex-vereador do PS na Câmara de Benavente, Pedro Pereira, que classifica a situação como “fraude eleitoral” e “desrespeito pelo povo”.
Sem colocar a hipótese da realização de novas eleições, o PS de Benavente refere que Ana Margarida Fonseca “tomou posse como presidente da junta no estrito enquadramento das normas legais”. A mesma justificação foi dada pelo vereador do PS, Joseph Azevedo, na última reunião do executivo camarário, adiantando ainda que a Comissão Nacional de Eleições disse não haver ilegalidade caso a presidência passasse para Fátima Machacaz, uma vez que a limitação de mandatos só se aplica a cabeças de lista. O MIRANTE tentou, sem sucesso, entrar em contacto com Fátima Machacaz.