Oito mil utentes sem médico de família em Abrantes
Situação é crónica e o aumento de aposentações de médicos veio agravar situação
Existem cerca de oito mil utentes sem médico de família no concelho de Abrantes. A informação foi dada pela vereadora com o pelouro da Saúde, Raquel Olhicas, em reunião do executivo municipal de Abrantes. A autarca explicou que o aumento do número de aposentações de médicos e a vacinação agravam a situação “crónica” de falta de médicos no concelho.
Enfermeira de profissão, Raquel Olhicas sublinha que os médicos existentes, sobretudo na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Abrantes, são insuficientes para as necessidades dos utentes. “Muitas destas situações dizem respeito ao aumento das inscrições relativas ao processo de vacinação. Alguns destes utentes não eram frequentadores do Serviço Nacional de Saúde e passaram a estar inscritos com a vacinação da Covid-19. Não é que necessitem realmente de cuidados no nosso sistema mas recorrem ao processo de vacinação aumentando assim o número de utentes sem médico de família”, esclarece.
A vereadora afirma que está em contacto permanente com o ACES do Médio Tejo com o intuito de resolver a falta de médicos e também de enfermeiros. “Com a minimização do impacto da pandemia existe uma tendência para melhorar o problema da falta de profissionais de saúde. Não conseguimos criar médicos de um momento para o outro”, sublinhou.
A resposta de Raquel Olhicas surgiu após uma proposta apresentada pelo vereador Vasco Damas, do movimento Alternativacom, em que exige que seja feita uma identificação “isenta e rigorosa das necessidades e carências de serviços médicos, de diagnóstico e de enfermagem nas 13 freguesias do concelho e que sejam encontradas soluções para os problemas que se arrastam há demasiado tempo”.
Vasco Damas sublinhou ainda a importância de que seja feita uma avaliação “isenta e rigorosa da resposta dada pelo serviço de Transporte a Pedido dos cidadãos (e acompanhantes) que precisam de se deslocar a unidades de saúde locais e regionais”. A proposta foi chumbada pela maioria socialista no executivo municipal.