Vencedora do Big Brother acusa jogadores do Alverca de agressão e apresenta queixa
Clube viu-se no centro de uma polémica por causa de atletas da equipa de futebol sénior que terão estado envolvidos numa altercação à saída de uma discoteca. Um dos futebolistas já veio pedir desculpa mas nega terem existido agressões físicas.
O diferendo entre Joana Albuquerque, vencedora do último Big Brother e cinco jogadores do Futebol Clube de Alverca SAD, vai ser resolvido na justiça, depois de esta os ter acusado de a tentarem agredir à porta de uma discoteca em Lisboa. Além da queixa apresentada pela ex-concorrente na polícia, depois dos acontecimentos da madrugada de 22 de Dezembro, Joana Albuquerque garante que vai avançar com um processo judicial contra os atletas envolvidos no caso.
A jovem contou nas redes sociais que viveu momentos de terror e pânico. Tudo se terá passado quando se dirigia para o carro com uma amiga pelas seis da manhã, depois de uma noite numa discoteca em Lisboa. Foi nessa altura que, explicou, se deparou com cinco homens parados junto à viatura.
Um dos jogadores terá mandado uma indirecta à jovem que, ao ignorar e tentar entrar no automóvel, viu os restantes aproximarem-se e tentarem impedir que as duas jovens fugissem. A ex-concorrente do programa televisivo afirma que deu um pontapé ao agressor para conseguir entrar no carro. Depois de o fazer, viu o grupo pontapear o Alfa Romeo que a jovem conduzia. Joana Albuquerque apresentou queixa na PSP contra os atletas do Alverca e foi ao hospital queixando-se de dores num pulso.
Os jogadores “negam veementemente ter feito qualquer tipo de agressão física ou verbal” à jovem, à excepção de um deles, o brasileiro Felipe Ryan, que confirma ter-se aproximado da rapariga “como qualquer outro jovem poderia ter feito”. O jogador diz que se apresentou de forma pacífica e que terá sido brindado com palavras ofensivas e racistas. “Chamou-me de macaco”, revela, antes de confirmar ter sido pontapeado nos testículos. O jogador diz que em momento algum tentou ou cometeu uma agressão à ex-concorrente do Big Brother e pede desculpa. “Admito o meu erro e não devia ter reagido daquela maneira”, conta o jogador.
SAD promete punir jogadores
O incidente envolveu jogadores afectos à SAD (sociedade anónima desportiva) do FC Alverca, que gere o futebol profissional, e por isso o presidente do clube, Fernando Orge, optou por não comentar o caso. Ao invés, o FC Alverca SAD divulgou um comunicado onde acena com processos judiciais contra quem falou do assunto. “Não deixaremos de punir severamente os atletas envolvidos como também providenciar apoio jurídico aos que viram a sua imagem exposta para milhares de pessoas em redes e meios de comunicação social quando não se encontravam no local e que foram vítimas nas últimas horas dos mais inenarráveis insultos racistas e xenófobos endereçados a si e às suas famílias”, escreve.
A SAD diz exigir uma conduta “responsável, adequada e ética” a todos os atletas mesmo quando não se encontram ao serviço, “não admitindo ou tolerando qualquer tipo de comportamento violento ou desrespeitador”. Depois de um inquérito interno, o clube diz que dos oito atletas acusados por Joana Albuquerque apenas quatro estiveram presentes no momento dos factos, tendo os restantes apresentado “provas irrefutáveis” de que ali não se encontravam, sendo que “apenas dois terão estado directamente envolvidos” no caso.
À Margem
O silêncio de Orge
Numa altura em que a violência e o assédio sobre mulheres está cada vez mais na ordem do dia e os casos de violência sobre o sexo feminino são cada vez mais comuns e combatidos, alguns jogadores seniores do Alverca foram notícia nacional este Natal pelas piores razões. Formalizada a queixa na polícia, cabe agora ao Ministério Público apurar quem fala verdade neste caso. Nesta como noutras situações, o presidente do clube, Fernando Orge, ficou em silêncio. É certo que o futebol sénior é gerido por outros rostos mas a realidade é que é o nome Futebol Clube de Alverca que está em cima da mesa. E, mais que não seja por isso, teria ficado bem a Fernando Orge vir a público comentar a situação, mais que não fosse para mostrar que não lida bem com estes fenómenos de violência. E também, por essa via, tranquilizar os sócios, garantindo que estas não são condutas com as quais se identifica.