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Os sete ofícios de Carlos Francisco que se fez homem a trabalhar
Carlos Francisco foi o responsável pela limpeza do jardim e poda de árvores de fruto no quintal da redacção de O MIRANTE

Os sete ofícios de Carlos Francisco que se fez homem a trabalhar

O novo ano em O MIRANTE chega acompanhado de limpeza dos terrenos. Carlos Francisco, responsável pela tarefa, partilha a história de uma vida passada a trabalhar no campo, a guardar cabras, na construção civil, como jardineiro, empregado doméstico, entre outros ofícios.

No jornal O MIRANTE o novo ano arrancou com a limpeza do jardim e poda das árvores de fruto. Esta última é dificultada pelo orvalho e geada e deve ser adaptada árvore a árvore, como explica Carlos Francisco, responsável pela tarefa. Ao mesmo tempo que corta os galhos de uma pereira partilha com o repórter como e quando aprendeu a fazer de tudo um pouco para ganhar a vida.
Nascido há 53 anos em Vila Franca de Xira aos nove mudou-se para Aveiras de Cima, concelho de Azambuja. Com a mesma idade, e quando sabia pouco mais do que escrever o nome, abandonou a escola e foi trabalhar com os tios e os avós, altura em que começou a ganhar gosto pelo trabalho no campo. “Cresci com os bichos”, recorda Carlos Francisco, que aos 20 anos ajudava a criar mais de três centenas de cabras. Teve o seu primeiro contacto com os animais quando começou a trabalhar para um patrão que, para além do salário, lhe dava uma cabra por mês. O tempo foi passando e Carlos Francisco conseguiu reunir o seu próprio rebanho num terreno do patrão. Recorda com carinho o dia em que uma cadela que o ajudava a guardar o rebanho lhe foi buscar o saco do almoço que esqueceu quando saiu de casa, de manhã cedo, para o campo.
Actualmente vive na cidade de Santarém e tem orgulho em afirmar que é um homem dos sete ofícios que aprendeu de tudo ao longo da vida. Foi pastor, pedreiro, pintor e chegou até a trabalhar para a Guarda Nacional Republicana através de um programa do Centro de Emprego. Lá, cuidava do jardim, mas também tinha de fazer limpezas quando alguma funcionária ia de férias ou faltava ao trabalho. “Tenho orgulho em dizer que também fui empregado de limpezas; não tenho medo de trabalhar, uma casa limpa é o reflexo de nós próprios”, sublinha. Depois de várias experiências há algum tempo que Carlos se dedica à poda e limpeza de terrenos no concelho de Santarém.
Sem filhos, Carlos Francisco confessa que se os tivesse motivava-os a ir à procura de um futuro diferente do seu, embora garanta que lhes ensinava tudo o que sabe sobre o trabalho e a importância que tem para a formação do carácter de cada um. “Infelizmente é uma pena estas profissões consideradas mais duras estarem a acabar. Cada vez há menos gente a saber fazer trabalhos manuais e isso vai fazer falta no futuro”, afirma admitindo que o desgaste físico é a principal causa para os jovens não se dedicarem a este tipo de actividades.

Carlos Francisco foi o responsável pela limpeza do jardim e poda de árvores de fruto no quintal da redacção de O MIRANTE

Limpeza dos terrenos como medida preventiva

A chegada do Inverno inaugurou a época de limpeza e queimada de amontoados nos terrenos. Para iniciar uma queimada é necessário atender a vários critérios de segurança. Devem ser escolhidos dias nublados e húmidos, nunca sem antes ser emitido um pedido de autorização à câmara municipal ou junta de freguesia, presencialmente ou através do preenchimento de um formulário online disponível no website do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). O ICNF alerta para a necessidade de existir uma fonte de água próxima do sítio da queima e recomenda que se façam “montes de pequena dimensão em vez de amontoados grandes e que se queimem os sobrantes pouco a pouco”.

Os sete ofícios de Carlos Francisco que se fez homem a trabalhar

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