Porto Alto mantém acesa a paixão pelo folclore
Danças e cantares tradicionais marcaram mais um festival de folclore organizado pela AREPA no Porto Alto. Em palco estiveram mais de 200 elementos de grupos etnográficos de vários pontos do país.
Quatro agrupamentos de folclore participaram sábado, 15 de Junho, na 26.ª edição do Festival do Rancho Folclórico da Associação Recreativa do Porto Alto (AREPA). O arranque fez-se com a presença dos porta-estandarte em representação de cada um dos ranchos folclóricos e com uma cerimónia de entrega de lembranças. Em palco estiveram centenas de elementos em representação do Grupo Folclórico da Santa Cristina do Couto - Santo Tirso, do Rancho Folclórico do Poceirão, do Rancho Folclórico Casa do Povo Aguçadoura - Póvoa de Varzim e do anfitrião Rancho Folclórico da AREPA.
“Com algum custo vamos conseguindo dar continuidade a este tipo de eventos porque as gerações mais novas têm muitos atractivos, como a televisão, os telemóveis e consolas de jogos, portanto, é cada vez mais difícil atrair as crianças”, vinca a responsável pelo grupo da AREPA, Mafalda Sousa. “Nós até somos sortudos porque temos uma escolinha de folclore com cerca de 35 crianças. Temos de lhes dar um miminho, brincar com elas, mas também falar a sério sobre o porquê de estarem no folclore”, acrescentou. O grupo do Porto Alto tem 27 anos de existência e é constituído por meia centena de elementos.
Para Anabela Pagaime, presidente do Rancho Folclórico do Poceirão, o segredo em permanecer no folclore está no “gosto” e no “amor à camisola”. O grupo que representa tem 53 anos de história e há 22 que integra o percurso no conjunto. Questionada sobre a luta constante em renovar gerações, Anabela Pagaime não esconde que é muito difícil trazer os jovens ao folclore. “As tecnologias e a Internet são razões que afastam o contacto na própria casa, nas refeições, quanto mais fazê-los sair para aprender folclore”, diz.
Já o presidente da direcção do Grupo Folclórico da Santa Cristina do Couto, de Santo Tirso, Belarmino Gomes, está no cargo há 40 anos e auto-intitula-se de “Pinto da Costa do folclore” na sua região. Considera que o mais importante para manter um grupo de folclore “é oferecer às pessoas um bom acolhimento, serem bem-recebidos, porque não se ganha nada e o pagamento são as palmas”, acrescentando que se “os jovens não forem acarinhados passado algum tempo dizem que não gostam e vão-se embora”.