Orçamento participativo continua a ser tema de discussão em Abrantes
Oposição continua a pedir contas sobre o Orçamento Participativo de Abrantes, suspenso desde 2022. Presidente da câmara reforça que quer relançar projecto, mas com um modelo diferente.
O tema do Orçamento Participativo voltou a ser debatido na reunião de câmara de Abrantes, com o PSD a pedir esclarecimentos sobre o assunto, nomeadamente em relação a um projecto no Tramagal, de 2018, que pretendia a requalificação do Largo dos Combatentes. Recorde-se que ainda este ano, o presidente da câmara, Manuel Valamatos, reforçou que só avançará com um novo modelo do Orçamento Participativo que garanta transparência e verdadeira participação cívica.
Na sessão, a vereadora Ana Oliveira pediu contas sobre o projecto que venceu em 2018 para intervenção no Largo dos Combatentes no Tramagal. “Até hoje não houve qualquer evolução, nem respostas por parte do município. Este assunto chegou-me através de munícipes. Como é que se realiza à cativação desta verba? Vai passando de orçamento para orçamento?”, questionou.
Manuel Valamatos respondeu garantindo que é intenção do executivo relançar o Orçamento Participativo mas com moldes completamente diferentes. “Este projecto nunca envolveu a participação dos cidadãos. Havia um mecanismo pouco leal em todo o processo. Eram sempre os mesmos que participavam. Eram os presidentes de junta que estavam ligados ao projecto. A concretização também estava cheia de vicissitudes difíceis. Havia projectos que tinham orçamento de 50 mil euros e depois íamos para o terreno e custavam 200 mil euros”, começou por dizer.
O autarca referiu ainda que a reabilitação do Largo dos Combatentes no Tramagal nunca foi fácil concretizar. “Desde logo porque o orçamento apresentado não é compatível com o que é necessário fazer naquela praça. Também há questões muito sensíveis relacionadas com o abate de árvores”, disse, concluindo: queremos, sem me estar aqui a comprometer, realizar uma intervenção naquele largo, talvez um bocadinho mais inflacionada”, sublinhou Manuel Valamatos.
Em assembleia municipal de Abrantes, a maioria socialista, que se mantém no executivo, foi criticada pela oposição por não ter ainda relançado o Orçamento Participativo. Na altura, o presidente do município disse que já foram apresentadas duas propostas técnicas para um novo modelo, mas nenhuma lhe agradou por não garantir o envolvimento genuíno da população. “Prefiro não ter orçamento participativo a ter um mau”, disse o autarca, acrescentando que os antigos 300 mil euros destinados a esse fim estão a ser aplicados em apoio directo ao movimento associativo através do programa FinAbrantes.

