Sociedade | 04-03-2005 17:33

GNR responde por corrupção e coacção

O militar da GNR acusado de corrupção e coacção no início de 2003 optou pelo silêncio na primeira sessão do julgamento que decorreu na quarta-feira, 2 de Março, no Tribunal de Alenquer. O agente que prestou serviço no posto daquela vila em 2002 e 2003 responde pela prática de três crimes de corrupção passiva e de um crime de coacção grave. O soldado Carlos Rodrigues tem 31 anos e, segundo o seu antigo comandante, já tinha sido suspeito de "comportamentos pouco lícitos" que não foram confirmados.O Ministério Público refere na acusação que o arguido abordava cidadãos, exigindo quantias que não lhe eram devidas. A Polícia Judiciária investigou o caso e confirmou três situações ocorridas em Janeiro de 2003. O caso mais grave envolve um brasileiro que estaria em situação ilegal em Portugal. Neste caso as autoridades confirmaram a situação com um flagrante delito. A história começou quando o imigrante residente em Azambuja foi interceptado pelo guarda no decurso duma fiscalização no Carregado. O agente da GNR terá dito ao cidadão brasileiro que se apresentasse no posto de Alenquer. Já na secretaria do posto pediu que assinasse uma folha que deveria ser entregue ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e o avisou que iria ser presente a um juiz e expulso do país. O cidadão brasileiro e a namorada que o acompanhava referem que o arguido terá dito que, “se pagassem uma multa de 300 euros, tudo se resolveria". No dia seguinte, o militar terá telefonado à namorada do queixoso, dizendo que “com 500 euros destinados a uma pessoa que conheceria no SEF seria possível fazer desaparecer o processo”. O imigrante terá informado ao gente de que só tinha 300 euros disponíveis e, segundo a acusação, o militar pediu-lhe que deixasse o dinheiro na caixa do correio de uma garagem do sogro do arguido. O queixoso resolveu apresentar queixa e denunciar a situação no posto da GNR de Azambuja.O comandante de posto alertou o comandante do destacamento de Alenquer para a situação grave e foi o oficial que denunciou a situação à Polícia Judiciária ao mesmo tempo que informou os superiores e promoveu um inquérito interno. A PJ efectuou várias escutas telefónicas e o brasileiro colocou um envelope no local indicado e perante o olhar das autoridades policiais. A busca realizada na residência do agente permitiu localizar outros meios de prova. O militar acusado teria problemas financeiros que derivam de dívidas, ao que apurámos, contraídas pela sua esposa. O jovem militar incorre agora numa pena de prisão e arrisca-se a ser expulso da GNR.

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