Sociedade | 24-03-2006 15:40

Museu Ferroviário quer salvar comboios do abandono

A recuperação de composições abandonadas e a manutenção da memória dos caminhos-de-ferro são as prioridades do futuro Museu Nacional Ferroviário do Entroncamento que foi hoje apresentado numa cerimónia com o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino."Portugal é um país com uma grande tradição ferroviária e seria incompreensível que nós não zelássemos por esse património", justificou o ministro, salientando que o Estado vai contribuir com 750 mil euros para o arranque da Fundação que o vai gerir.Para Carlos Frazão, primeiro presidente da Fundação do Museu, tão importante como preservar as composições é manter a memória dos trabalhadores do sector."O Museu Nacional Ferroviário será o repositório da história da memória ferroviária" dos operários que contribuíram para o sector com a sua "tradição social" de trabalho empenhado, afirmou Carlos Frazão.O apoio da CP e da REFER são também considerados importantes pelo Museu, já que "sem a sua ajuda empenhada não conseguiríamos os nossos objectivos", acrescentou o presidente da Fundação.Garantidos estão apenas 850 mil euros (suportados pelo Estado e por um grupo de empresas fundadoras) mas serão necessários cerca de seis milhões para a recuperação das 110 peças que poderão incluir o futuro museu.Para arranjar os apoios adicionais necessários, Carlos Frazão espera contar com o "mecenato cultural" de empresas que se associem ao projecto, recuperando algumas peças e dando o seu nome como patrocinadores.Em paralelo, vai avançar o concurso para a recuperação do edifício da Redonda, onde vai ser instalado o museu, no centro da cidade, que deverá contar com um financiamento comunitário de 50 por cento.O museu vai integrar também os dez núcleos museológicos espalhados pelo país (Bragança, Braga/Nine, Lousado, Macinhata do Vouga, Santarém, Estremoz, Lagos, Arco de Baúlhe, Valença e Chaves), promovendo a sua requalificação e integração num projecto turístico e cultural comum.Em declarações à agência Lusa, Francisco Fortunato, do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários, disse esperar que a construção do museu contribua para salvar algumas peças e composições abandonadas um pouco por todo o país."Isto demorou tanto tempo" que qualquer dia seria um "museu do museu", ironizou Francisco Fortunato, denunciando aquilo que considera o "abandono triste" de muitas peças de valor histórico.

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