Sociedade | 01-05-2007 09:30

Sucatas de Outeiro Pequeno vão mudar-se para a Chamusca

São dezenas e estão espalhadas por toda a aldeia de Outeiro Pequeno, concelho de Torres Novas. A população está farta de ter sucatas à porta de casa e os sucateiros cansados de esperar por uma solução por parte da câmara. Alguns decidiram sair já da zona e instalar-se no concelho da Chamusca. Francisco Lopes de Sousa espera que o seu novo depósito de sucata comece a laborar dentro de dois meses. O sucateiro de Outeiro Pequeno, Torres Novas, cansou-se de esperar pela prometida solução camarária, diz-se farto de ter constantemente fiscais à porta e decidiu deslocalizar a sua sucata para o parque industrial do Relvão, concelho da Chamusca. Outros sucateiros da aldeia pensam fazer o mesmo.O presidente da Câmara da Chamusca, Sérgio Carrinho (CDU), confirmou a O MIRANTE que neste momento há já duas empresas de sucatas do Outeiro Pequeno que adquiriram terrenos no parque industrial do Relvão, na freguesia da Carregueira (próximo dos aterros sanitários). E que “há mais cinco ou seis” cujos processos de compra de terrenos e instalação no local estão “bastante avançados”.“Estou farto de ser visitado constantemente pela fiscalização, seja da câmara seja de outras entidades”, referiu Francisco Lopes de Sousa ao nosso jornal, adiantando ter neste momento uma licença passada pela Câmara de Torres Novas. Uma licença provisória que não lhe permite grandes perspectivas de ampliação do negócio no local.No final de 2002 o secretário de Estado do Ambiente emite um despacho (nº24571, de 18 de Novembro) em que define os requisitos mínimos de funcionamento dos depósitos de sucata. A necessidade do despacho deveu-se, segundo o Governo, ao facto de praticamente todas as sucatas do país estarem a elaborar ilegalmente.“Quando procedemos à aplicação do regime geral de autorização prévia dos depósitos de sucata – conforme o decreto-lei 268/98 – concluímos que apenas se permite a instalação de depósitos de sucata em parques de sucata de iniciativa das câmaras municipais ou em parques industriais previstos em plano municipal de ordenamento do território”, refere o despacho, adiantando que “na prática, hoje em dia um titular de um depósito de sucata não possa, não só, regularizar a sua situação legal, como nem sequer laborar, dado não existirem ainda no território nacional número suficiente de parques de sucata ou parques industriais que sejam compatíveis com essa situação”.De então para cá pouco mudou no território nacional e, no concelho de Torres Novas, tudo continua como antes, com os empresários de sucata há anos à espera da prometida e tão proclamada zona industrial do norte do concelho (ver peça no suplemento de economia). Inicialmente Francisco Lopes de Sousa tinha o seu parque à beira da estrada, como muitos outros ainda o têm actualmente. Depois, diz, “obrigaram-me a sair do local e tive de comprar um terreno mais longe da estrada. Vieram os fiscais e obrigaram-me a construir um muro, que tem quatro metros de altura, e agora veio nova fiscalização dizer que eu não tinha nada que construir o muro e que se calhar ainda tenho de o demolir. Estou farto desta situação”, desabafa o sucateiro, justificando a sua deslocalização para o concelho da Chamusca.

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