Os custos da nova Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, já contabilizados os acessos, deverão ascender a 80 milhões de euros, o dobro do inicialmente estimado, revelou o reitor do Santuário, Luciano Guerra. Durante uma conferência de imprensa realizada após uma visita ao templo, que vai ser inaugurado no dia 12 de Outubro, Luciano Guerra justificou este aumento com a actualização de preços, trabalhos a mais e o custo das obras de arte. Quando nasceu a ideia de fazer um novo templo, destinado a acolher pequenas multidões em recinto fechado, o Santuário apontou um orçamento indicativo na ordem dos 40 milhões de euros. Posteriormente a obra veio a ser adjudicada por cerca de 50 milhões de euros à Somague, que se deparou com custos adicionais nos trabalhos nas fundações da igreja, que chegaram a obrigar à colocação de estacas a 32 metros de profundidade em zonas de rocha. Actualmente, Luciano Guerra estima que o custo da obra atinja valores entre "os 60 e 70 milhões de euros", uma verba a que se somará a contribuição de dez milhões que o santuário irá fazer para o túnel rodoviário adjacente e que será tutelado pela Estradas de Portugal."A obra foi financiada integralmente pelas ofertas dos peregrinos", salientou o reitor do Santuário, que espera ter no templo um "espaço digno e adequado" para celebrações até nove mil pessoas, que poderão estar "sentadas e confortáveis" e "abrigadas das intempéries". No interior do templo, são visíveis os acabamentos finais e o reboliço dos operários é também grande, de modo a cumprir os prazos, já que a inauguração está prevista para o dia 12 de Outubro, com a presença do Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano e Legado pessoal do Papa Bento XVI. A empresa construtora conta entregar a obra no dia 9 de Outubro, ficando ainda a faltar a construção do túnel rodoviário e a requalificação das avenidas adjacentes, projectos que chegaram a ser prometidos pelos Governos anteriores para 2007. No entanto, os atrasos na conclusão do plano de pormenor e a falta de financiamento empurraram esta obra para depois das celebrações dos 90 anos das Aparições. Na obra trabalharam cerca de 3.300 pessoas, que deverão ter o seu nome gravado num monumento a colocar na basílica. Para assegurar a vigilância e manutenção deste novo espaço, o santuário deverá contratar 20 novos funcionários, estando também previsto o reforço de segurança devido ao valor das obras de arte que ali existem.