Sociedade | 07-03-2008 08:20
Trio que fez vários assaltos violentos a carrinhas de valores cresceu em Vialonga
Os três jovens que roubaram vários carros e assaltaram carrinhas de valores em Alverca, Forte da Casa e Sobralinho são homens perigosos que “só não mataram ninguém porque não calhou”. A convicção é do inspector chefe da PJ que conduziu as investigações que levaram à detenção do trio em Abril de 2007 em Vialonga. Foram presos depois de terem roubado várias viaturas e de se terem apoderado de centenas de milhares de euros.O julgamento começou na segunda-feira, 3 de Março, no Tribunal de Vila Franca de Xira. Os três arguidos, com idades entre os 26 e os 30 anos, optaram por não falar depois de ouvirem a acusação que os responsabiliza em co-autoria por 10 crimes de roubo e três de roubo na forma tentada. Um dos arguidos está ainda acusado de detecção de arma proibida por terem sido apreendidas na sua casa várias armas ilegais, alegadamente usadas nos assaltos. O trio é suspeito de ter realizado vários assaltos violentos na Grande Lisboa e um na margem Sul. O mais grave foi a 15 de Março no Sobralinho onde efectuaram um disparo que passou a escassos centímetros da cara de um supervisor duma empresa de segurança que dificultou o assalto a uma carrinha de valores.Com recurso a dois carros roubados, os assaltantes bloquearam a carinha e obrigaram um vigilante a abrir o cofre de onde, alegadamente, sacaram dezenas de milhares de euros.Segundo a acusação, no dia 2 de Março, os três homens agrediram e roubaram um vigilante duma carrinha de transporte de valores que recolhia dinheiro no Mini Preço do Forte da casa. Levaram um saco com dezenas de milhares de euros.Em 23 de Abril, e depois de uma sequência de assaltos em Odivelas, Lisboa e na Baixa da Banheira regressaram ao concelho de Vila Franca para um assalto no Bairro da Chasa em Alverca. Foi junto do Supermercado Pluricoop que os assaltantes conseguiram roubar 51 mil euros a um segurança duma carrinha de transporte de valores. Mais uma vez estavam armados e ameaçaram a vítima.Nesta altura, já estavam a ser alvo de escutas telefónicas e de vigilância da PJ, porque alguém os denunciou. Não foram apanhados em flagrante delito, mas foram detidos mais tarde com o produto do roubo.Um dos inspectores da PJ, que esteve na operação, explicou que seria arriscado fazer a detenção em flagrante “porque os assaltantes estavam com a adrenalina toda e iria haver tiros. Podiam haver feridos ou atingir-se alguém que passasse no local ou estivesse à janela”, justificou.Um dos arguidos, apontado como o líder do trio, separou o dinheiro em três pacotes de 17 mil euros cada com notas de 10 e 20 euros. Guardou a sua parte no cofre de casa e no momento da detenção transportava 34 mil euros para entregar aos comparsas dentro duma caixa de ténis.A PJ considera que o grupo revelou ter uma logística bem cuidada que dificultou a operação. Todos os assaltos eram planeados ao pormenor e eram feitos com carros roubados, com recurso a violência, e gerando pânico junto das vítimas.Os arguidos estacionavam os seus carros legítimos, de alta cilindrada, noutros locais bem referenciados para despistar as autoridades e um deles tinha mesmo uma casa na Quinta da Piedade, Póvoa de Santa Iria onde tinha um cofre para guardar o dinheiro dos roubos. No momento da detenção, um dos homens conseguiu fugir a pé, mas foi detido horas depois e com a colaboração da GNR. Estava num canavial de Vialonga e os polícias seguiram uma pista denunciada pelas escutas telefónicas.Apesar da quase perfeição dos métodos utilizados, os assaltantes descuraram alguns pormenores. Um dos homens adquiriu uma moto Honda por 6450 euros e pagou com notas de cinco euros.Os três assaltantes nasceram em África, cresceram no problemático Bairro da Icesa em Vialonga e segundo a PJ, estão ligados a um grupo que tem um blog onde apela à violência. O inspector chefe referiu que nos vídeos difundidos na Internet, os assaltantes aparecem com as cabeças tapadas e lançam o temor aos grupos rivais.
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