Sociedade | 22-06-2009 12:50

Julgamento do homicida do proprietário do Intermarché de Ourém começa terça -feira

O Tribunal Judicial de Leiria inicia terça-feira o julgamento do presumível homicida do antigo presidente em Portugal do grupo “Os Mosqueteiros”, António Figueira, assassinado a 31 de Agosto do ano passado.O alegado autor do crime, o cidadão francês Marc Lastavel, está acusado pelo Ministério Público (MP) do crime de homicídio qualificado e incorre numa pena de prisão de 12 a 25 anos.Segundo o despacho de acusação, o arguido, de 52 anos, combinou no dia 30 de Agosto encontrar-se com o empresário António Figueira no apartamento que o dirigente de “Os Mosqueteiros” possuía na cidade de Leiria.Apartamento que o acusado deixara de ocupar dois dias antes, devido ao facto de o empresário, que era também proprietário dos supermercados Intermarché em Ourém, Leiria (Pousos e Marrazes) e Marinha Grande, ter mudado a fechadura, já depois de ter sido cortado o abastecimento de água e electricidade.O MP sustenta que para o encontro o empresário fez-se acompanhar de outra pessoa, mas que Marc Lastavel, que foi administrador da loja Baobab, no Intermarché de Pousos até Abril de 2008, se manifestou “incomodado” com aquela presença.O arguido “logrou, dessa forma, ficar a sós com aquele [empresário], como pretendia, para mais facilmente concretizar o seu desígnio de lhe pôr termo à vida”, lê-se no despacho de acusação.De acordo com o MP, o acusado “começou, então, a discutir com ele sobre a substituição da fechadura e envolveu-se em luta com o mesmo”.Depois de prostrar a vítima, de 41 anos, Marc Lastavel “puxou-lhe os braços para trás, amarrou-lhe os pulsos, juntando-os, com recurso a fita adesiva de que se munira para esse fim”.Foi então buscar a arma, disparando nas costas do empresário.“Agarrou, posteriormente, numa toalha de banho e enrolou-a à volta da cabeça e do tronco dele para que não pudesse respirar sem dificuldade e não fosse ouvido se lograsse gritar”, refere o MP, acrescentando que António Figueira foi depois arrastado para debaixo de uma cama, onde ficou a “agonizar.Após limpar os “vestígios de sangue”, Marc Lastavel, que se encontra detido no Estabelecimento Prisional de Lisboa, tirou ao empresário as chaves do carro, saindo cerca das 22:50, mas antes “fechando todos os compartimentos à chave” para “evitar que fosse ouvido qualquer gemido ou grito dele”.Segundo o MP, o francês deslocou-se depois a Ourém, a casa do empresário, casado e com duas filhas menores, onde permaneceu cerca de 12 minutos, tempo em que “percorreu diversos compartimentos”.“Deixou um trampolim encostado a uma parede do hall da entrada e muniu-se de um estojo próprio para guardar uma espingarda de caça”, adianta o documento, acrescentando o arguido entrou novamente no veículo no qual saiu de Portugal até ser detido a 04 de Setembro, em França.Dois meses mais tarde, foi extraditado para Portugal, tendo o juiz de instrução criminal do Tribunal Judicial de Leiria determinado a sua prisão preventiva a 07 de Novembro.Marc Lastavel tem ainda um outro inquérito pendente na comarca de Leiria, onde constam os crimes de furto, detenção de arma proibida e violação de domicílio, disse à Agência Lusa fonte ligada ao processo.

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