Sociedade | 05-07-2009 00:41
Coruche não deve ter ligação directa de comboio a Lisboa por saturação da linha
Passageiros de Coruche terão de seguir para o Setil, concelho do Cartaxo, e fazer o transbordo para o comboio que os leva a Lisboa. A viagem demora mais e fica mais cara.A Rede Ferroviária Nacional (Refer) pretende realizar obras de construção das plataformas e parques de estacionamento na estações de Coruche, Marinhais, Muge e Setil onde irá parar o comboio de passageiros que ligará Coruche à estação do Setil, no concelho do Cartaxo, com ligações às estações do Oriente e Santa Apolónia, em Lisboa. O comboio directo de Coruche a Lisboa pode estar inviabilizado pela saturação da linha, apurou O MIRANTE junto de fonte do processo.As autarquias estão disponíveis para assumir os custos de manutenção das estações depois de reactivadas, mas ainda não há acordo entre os municípios e a Refer. “Está em fase de estudo”, refere a empresa depois de questionada por O MIRANTE.O vereador Nuno Antão (PS), de Salvaterra de Magos, sugeriu a possibilidade de serem criados espaços de cafetaria que seriam concessionados, ficando o concessionário responsável pela limpeza, manutenção e segurança das estações.A presidente da câmara, Ana Cristina Ribeiro admitiu que pode ser uma sugestão a apresentar no âmbito das negociações que envolvem os municípios de Coruche, Salvaterra de Magos e Cartaxo, a Refer e a CP. Entretanto, no caso de Coruche, a CP não pretende criar ligações directas a Lisboa porque “não é possível ter mais comboios a circular na linha do Norte” devido ao congestionamento na zona suburbana da capital. O presidente da câmara, Dionísio Mendes é um defensor da ligação directa e vai continuar a defender o projecto junto da Refer e da CP.Se a proposta não vingar, os passageiros de Coruche, cuja estação fica numa das entradas da vila, terão de se deslocar para a estação do Setil no concelho do Cartaxo e aí fazer agulha para seguir para Lisboa nos comboios regionais provenientes de Tomar e Entroncamento. Uma viagem mais longa e mais cara, mas os municípios já assumiram que estão disponíveis para negociar com a CP uma comparticipação nos custos de exploração do serviço. Mesmo assim alguns eventuais passageiros contactados por O MIRANTE admitem que sem comboio directo, a viagem fica menos interessante e pode não ser a solução que se pretendia. “Não faz sentido não fazer uma ligação directa. É uma perda de tempo. Julgo que devem estudar melhor a situação”, refere Ana Aleixo, moradora em Coruche, que estava disponível para trocar o carro pelo comboio nas suas deslocações diárias para o centro de Lisboa.Fonte da CP admite que quando estiverem concluídas as obras de modernização da Linha do Norte, haverá condições para uma ligação directa de Coruche para Lisboa. Mas as obras estão suspensas até que o novo Governo decida se o TGV avança ou se vai para a gaveta.A circulação de comboios de passageiros entre Setil e Vendas Novas não é um negócio rentável para a CP. Se avançar é por força do interesse público e da pressão dos autarcas. A circulação foi suspensa, há mais de cinco anos, devido aos prejuízos acumulados por causa da utilização reduzida do serviço.A CP colocou autocarros a circular, mas o serviço foi extinto por não se justificar. Agora, está disponível para reactivar a circulação do comboio de passageiros entre Coruche e Lisboa desde que tal não represente prejuízo para a empresa pública.
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