Sociedade | 28-07-2011 08:10

Diocese de Leiria-Fátima indica padre brasileiro para liderar associação de apoio a imigrantes

Um padre brasileiro descendente de ucranianos vai presidir, a partir de Setembro, à AMIGrante, uma associação de ajuda a imigrantes na Diocese de Leiria-Fátima, informou fonte do gabinete do bispo local. Sílvio Litvinczuk, de 33 anos, capelão da comunidade ucraniana na diocese, vai ter no desemprego potenciado pela actual crise “um dos maiores problemas que irá encontrar junto da comunidade imigrante”, admitiu o novo diretor do Serviço de Apoio Pastoral à Mobilidade na diocese.“Há a questão do desemprego e o facto de muitos quererem voltar a casa”, até porque, “sem trabalho, muitos não conseguem prolongar a sua residência”, frisou o sacerdote, natural de Prudentópolis, cidade do sul do Estado do Paraná, Brasil.O crescente número de imigrantes abrangidos pelo Programa de Apoio ao Retorno Voluntário é uma das situações com a qual tem vindo a ser confrontado. “Sou descendente de ucranianos e tenho acompanhado na diocese os casos de alguns membros da comunidade que queriam regressar ao seu país”, explicou o capelão, que estudou teologia durante quatro anos e meio na Ucrânia.Os ucranianos constituem a maior comunidade estrangeira no distrito de Leiria - o quinto a nível nacional em número de imigrantes (17.031) -, segundo dados divulgados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.No próximo mês de Setembro deve realizar-se a Assembleia Geral da AMIGrante, que irá eleger o padre Sílvio Litvinczuk presidente da associação, confirmou o actual responsável, o padre Sérgio Henriques, que apontou alguns desafios difíceis que o seu sucessor terá pela frente. “Se os portugueses sofrem com a crise, os imigrantes são os primeiros a sentir a austeridade”, disse, elencando os problemas que mais afligem esta comunidade: “habitação, vínculos precários, salários em atraso, desemprego e exploração”.“A AMIGrante ficará em boas mãos”, defendeu, acrescentando que “o padre Sílvio está próximo das duas fortes comunidades migratórias em Portugal e na nossa região. Conhece a cultura ucraniana, a fé, e está também dentro do viver e do sentir de um brasileiro”.Uma ideia partilhada por Vítor Coutinho, chefe de gabinete do bispo diocesano, António Marto: “Entendemos que é uma vantagem o facto de ter um campo comum com o movimento migratório e que a sua experiência trará benefícios ao nível de um atendimento de proximidade”.A Amigrante nasceu em 2003 e fornece ajuda social e jurídica, cursos de língua portuguesa, apoio a iniciativas culturais, bem como apoio moral e religioso.

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