Sociedade | 18-11-2016 18:01

Elvira Fortunato recebe distinção inédita para Portugal

Elvira Fortunato recebe distinção inédita para Portugal
MÉRITO

A 'mãe' do transístor de papel recebe em Bruxelas, a Medalha Blaise Pascal, atribuída pela primeira vez a um cientista português.

A 'mãe' do transístor de papel, a investigadora Elvira Fortunato, recebe, este sábado, 19 de Novembro, em Bruxelas, a Medalha Blaise Pascal, distinção da Academia Europeia das Ciências atribuída pela primeira vez a um cientista português.

A distinção, na categoria Ciências dos Materiais, será entregue na sede da academia, na capital belga, pelas 11h00, contou a cientista e directora do Centro de Investigação em Materiais (CENIMAT), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

A instituição europeia justifica a atribuição da medalha à investigadora e professora portuguesa com a "excepcional originalidade e criatividade da sua investigação em Física e Ciência dos Materiais".

A Medalha Blaise Pascal, concedida desde 2003 em diferentes áreas científicas, visa reconhecer o importante contributo de alguém para a ciência e a tecnologia, bem como para a promoção da excelência na investigação e educação.

Na sua página na internet, a Academia Europeia das Ciências realça que dispositivos como o transístor de papel revelaram um desempenho eletrónico excecional, enquanto componentes semicondutores ativos, podendo ser usados em aplicações em que é exigida uma elevada condutividade eléctrica.

O uso do papel como um material de electrónica, barato e reciclável, pode ser aplicado, por exemplo, em embalagens 'inteligentes' de medicamentos ou alimentos, ou mesmo em bilhetes de avião.

Elvira Fortunato também criou um teste rápido, feito com papel de fotocópia, para detectar a presença de uma bactéria, que vive em lamas e sedimentos, a "Geobacter sulfurreducens", e que pode ser utilizada na produção de energia.

A Academia Europeia das Ciências é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, formada por académicos e engenheiros reconhecidos internacionalmente, que realizam investigação de vanguarda ligada a tecnologia de ponta, e que se comprometem a promover a ciência e a tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento económico e social.

A instituição atribui até seis medalhas Blaise Pascal por ano.

Os nomeados são propostos por membros efectivos e honorários da academia e os vencedores seleccionados por um comité científico.

Em 2016, a Medalha Blaise Pascal foi ainda dada nas categorias de Química e Ciências da Terra e do Ambiente, respectivamente aos investigadores Gianfranco Pacchioni (Itália) e Ni-Bin Chang (Estados Unidos da América).

A distinção deve o seu nome ao físico e matemático do século XVII que contribuiu para a criação da geometria projetiva e da teoria das probabilidades, estudou a mecânica dos fluidos e aprofundou os conceitos de pressão atmosférica e vácuo.

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