Elvira Fortunato distinguida com prémio da Academia Polaca de Ciências
Em 2016 recebeu a Medalha Blaise Pascal.
A cientista Elvira Fortunato, conhecida pela invenção do transístor de papel e que tem ligações familiares a Alcanena, foi distinguida com o Prémio Czochralski 2017, atribuído pela Academia Polaca de Ciências e pela Sociedade Europeia de Investigação de Materiais, informou a galardoada. O prémio, concedido pela primeira vez a um investigador português, é promovido também pela Sociedade Polaca de Ciência dos Materiais e pela Sociedade Polaca de Crescimento de Cristais.
A distinção será entregue a 20 de Setembro, em Varsóvia, como reconhecimento do trabalho de investigação da cientista e docente na área da Ciência dos Materiais Avançados. Directora do Centro de Investigação em Materiais, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Elvira Fortunato criou o transístor de papel: o papel é usado como material de electrónica, barato e reciclável, podendo ser aplicado em embalagens de medicamentos e alimentos ou mesmo em bilhetes de avião.
O laboratório da cientista também inventou um teste rápido, feito igualmente com papel de fotocópia, para detectar a presença de uma bactéria, que vive em lamas e sedimentos, a "Geobacter sulfurreducens", que pode ser utilizada na produção de energia. O Prémio Czochralski, instituído desde 2005, deve o seu nome ao químico polaco Jan Czochralski (1885-1953).
O cientista ficou conhecido pelo "processo Czochralski", método de cultura de cristais, nomeadamente de silício, e que constitui a base da indústria eletrónica moderna. O galardão vai ser entregue a Elvira Fortunato durante o congresso anual de outono da Sociedade Europeia de Investigação de Materiais. Em Novembro de 2016 a investigadora recebeu a Medalha Blaise Pascal, distinção da Academia Europeia das Ciências.