Ser gago pode ser com... com... complicado
Dia Internacional da Gaguez assinala-se a 22 de Outubro.
Falar em público, falar com um desconhecido, ou participar na escola, podem provocar vergonha e embaraço a um gago. A gaguez não afecta só a fala, mas sim o bem-estar e a qualidade de vida da pessoa que gagueja e afecta cerca de 100 mil portugueses. A propósito do Dia Internacional da Gaguez, que se assinala a 22 de Outubro, Maria Fronteira, terapeuta da fala, especializada em motricidade orofacial, na Clinicalm, em Almeirim, explica a O MIRANTE como a gaguez pode ser uma dificuldade para o desempenho de tarefas tão simples como telefonar a alguém, pedir direcções ou fazer um pedido no café.
Maria Fronteira dá um exemplo concreto: numa situação de emergência, uma pessoa que gagueja ligou para o 112, e quem estava do outro lado achou que era uma brincadeira e desligou a chamada.
Segundo a terapeuta, há algumas questões a ter em atenção quando o interlocutor gagueja. Devemos esperar que a pessoa termine de falar e diga tudo o que quer dizer, ouvindo pacientemente e mantendo o contacto ocular. Dizer “tem calma e pensa”, “respira”, ou “fala mais devagar”, só serve para aumentar a frustração de quem gagueja, assim como corrigir cada momento de disfluência. Devemos perguntar uma coisa de cada vez e aguardar a resposta, sem mostrar, através da expressão facial, preocupação ou pena, e sem criticar.
Veja na próxima edição semanal a entrevista completa a Maria Fronteira, assim como testemunhos de vida de quem gagueja.