A Moção “Recomendação à Câmara Municipal e Juntas de Freguesia para a interdição do uso de glifosato no concelho de Torres Novas”, apresentada pelo presidente da Assembleia Municipal, José Trincão Marques (PS), foi aprovada por unanimidade na sessão extraordinária de 22 de Outubro.

José Trincão Marques referiu que são usados mais de um milhar de toneladas de glifosato todos os anos em Portugal e que está na altura do município marcar a diferença e proteger tanto o ambiente como a saúde dos munícipes. A moção apresentada prevê a substituição do químico por meios mecânicos, térmicos e manuais, assim como a ajuda e esclarecimento às Juntas de Freguesia na aplicação destes meios alternativos.

Em Maio de 2016, o Bloco de Esquerda (BE) viu chumbada uma moção semelhante, que na altura previa apenas a proibição da aplicação em espaços públicos e urbanos do concelho. Trincão Marques diz que esta moção é mais abrangente, embora lembre que votou favoravelmente a moção apresentada pelo BE.

O presidente de Junta de Freguesia de Pedrógão, Paulo Simões, fez um mea-culpa por não ter votado a favor da moção do BE e diz que as juntas não têm capacidade de cortar as ervas de quinze em quinze dias, “mas é preferível conviver com as ervas do que com o glifosato”.

O glifosato é o herbicida mais usado em Portugal, tanto na agricultura como no controlo de ervas daninhas em jardins e bermas de estrada. Foi inventado nos anos 70 pela multinacional americana Monsanto e é comercializado em todo o mundo. Trata-se de um herbicida total, não selectivo, o que significa que mata qualquer tipo de planta. Além de acabar com a biodiversidade o glifosato está classificado por investigadores como potencialmente cancerígeno.