Sociedade | 10-05-2019 18:00

Impacto dos Politécnicos na economia da sua área de implementação pode ser maior

Impacto dos Politécnicos na economia da sua área de implementação pode ser maior
ENSINO

Politécnico de Tomar é o que tem menos alunos e menor percentagem de professores doutorados.

O impacto total dos politécnicos de Santarém e Tomar em termos de actividade económica gerada nos concelhos onde estão presentes é muito desigual, devido, principalmente, ao número de estudantes de cada uma daquelas instituições. No caso de Santarém, o montante é de perto de 45 milhões de euros (44,962), o que o coloca no meio da tabela a nível nacional. O de Tomar, que surge em último lugar, apresenta um valor de 18 milhões de euros (18,009).

Os dados constam do estudo “O impacto económico dos institutos superiores politécnicos em Portugal”, realizado pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) que analisa os impactos directos e indirectos da presença de 12 politécnicos em várias regiões do país. Do grupo de politécnicos incluídos (de fora ficaram os politécnicos de Porto, Coimbra e Lisboa), o que tem mais impacto na economia local é o de Leiria com um montante de mais de 129 milhões de euros (129,477).

Para além dos benefícios de cariz económico, as conclusões do estudo chamam a atenção para uma ampla gama de impactos não monetários na economia local e referem, a título de exemplo, “melhor saúde, baixas taxas de criminalidade, maior estabilidade familiar e menor dependência de programas de assistência social”.

“Os resultados obtidos põem em evidência, sem dúvida, a importância destas instituições para a dinamização da economia local, a criação de emprego e a atracção e fixação de pessoas, sobretudo no caso de regiões mais interiores e despovoadas”, pode ler-se.

Tendo em conta apenas o impacto directo, calculado através da soma dos gastos anuais dos funcionários, dos docentes, da própria instituição e dos estudantes, o Politécnico de Santarém gera 18,5 milhões de euros e o de Tomar, apenas 7,7 milhões. Os gastos dos estudantes na aquisição de bens e serviços, onde se inclui o alojamento, representam em média 80% do impacto directo total.

O Instituto Politécnico de Tomar é o que tem menos alunos a nível nacional, apenas 1.974. O segundo com menos alunos é o Politécnico de Portalegre, com 2.005 alunos e o terceiro é o de Beja com 2.091.

Santarém está a meio da tabela a nível de estudantes, com 3.852. No primeiro lugar surge o Politécnico de Leiria com 10.914, seguido pelo Politécnico de Bragança com 7.054. Existem em Portugal 15 institutos politécnicos, que abrangem mais de 60 municípios, com um total de 113 mil estudantes e 10 mil docentes.

Uma parte do inquérito foi feita com base em respostas a inquéritos feitos a funcionários docentes, funcionários não docentes e alunos. Pese embora todos os cuidados com o rigor dos dados utilizados, a participação dos alunos no preenchimento dos mesmos foi muito baixa.

Em Santarém, por exemplo, só responderam 8%. Valor mais baixo só em Leiria onde a percentagem de respostas dos estudantes foi de apenas 6%. No Politécnico de Tomar responderam ao inquérito 10,4% dos alunos, 60% dos funcionários não docentes e 50,5% dos funcionários docentes. Quase o dobro das taxas de respostas destes grupos no Politécnico de Santarém.

Politécnicos da região em números

O Instituto Politécnico de Santarém (IPS) tem 296 docentes, 174 funcionários e 3.852 alunos. No Instituto Politécnico de Tomar (IPT) existem 212 docentes, 120 funcionários e 1.974 alunos. Dos funcionários docentes do Politécnico de Tomar, apenas 48% são doutorados. Em Santarém a percentagem é de 50,6% , um pouco acima de Tomar e de Beja (49,9%) mas inferior à dos restantes politécnicos.

Os institutos politécnicos são dos principais empregadores da região onde estão inseridos ocupando Santarém e Tomar a quarta e a terceira posição respectivamente, nas suas regiões, a exemplo do que se passa no resto do país. O Politécnico do Cávado e Ave (Barcelos) ocupa a primeira posição, seguido pelo de Viana do Castelo.

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