Lúpus é uma guerra aberta dentro do próprio corpo
Quando o sistema imunitário, que normalmente protege o organismo, se vira contra si próprio e o ataca.
Cerca de 10 mil portugueses sofrem de lúpus, uma doença auto-imune que afecta sobretudo as mulheres. “O problema é real, frequente e afecta dez vezes mais mulheres do que homens”, refere a Sociedade Portuguesa de Reumatologia.
Com um impacto significativo na qualidade de vida, a doença surge geralmente no início da idade adulta, é crónica e tem manifestações diversas, podendo afectar vários órgãos e sistemas. Além das manchas, que normalmente começam na face e apresentam a forma de borboleta (imagem adoptada para representar a doença, embora apenas 1/3 das pessoas com lúpus desenvolvam a clássica erupção com essa forma sobre a cana do nariz e bochechas) o lúpus manifesta-se também por dores nas articulações ou doenças renais. É também comum o aparecimento de febre, fadiga, dores musculares e úlceras nasais e orais.
A causa do lúpus ainda não é conhecida, mas apontam-se factores como a genética, hormonas ou o próprio ambiente. Também não há cura conhecida, embora vários tratamentos permitam evitar a sua evolução para casos mais graves ou mesmo fatais. Sabe-se contudo que o stress, o tabagismo e a exposição ao sol, em excesso, são factores prejudiciais à doença.
Desde 2004 assinala-se a 10 de Maio o Dia Mundial do Lúpus, com o objectivo de consciencializar a população para a doença, não contagiosa, caracterizada pela curiosidade do sistema imunológico atacar o próprio organismo.
A nível mundial estima-se em cinco milhões o número de pessoas afectadas pela doença, algumas bem conhecidas do mundo do espectáculo como as cantoras Lady Gaga, Selena Lopez, Mariah Carey ou Paula Abdul.