Sociedade | 30-08-2019 12:30

Já foi eliminado o açude no rio Sorraia em Benavente

Já foi eliminado o açude no rio Sorraia em Benavente

Construção gerou muita polémica e críticas nas redes sociais.

O açude construído no rio Sorraia a 24 de Julho pela Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, para assegurar o sistema de irrigação dos campos agrícolas e evitar a perda total das culturas ali existentes, já foi demolido. De acordo com Joaquim Madaleno, director executivo da associação, os trabalhos tiveram início na quinta-feira, 22 de Agosto, e prolongaram-se pelo dia seguinte.

Segundo o responsável, desde o início da construção tinha sido apontado o final do mês de Agosto como altura para a remoção, o que se veio a verificar uma vez que os cultivos, nomeadamente o do tomate, já estão na fase de colheita e não requerem tanta água de regadio.

Joaquim Madaleno refere a O MIRANTE que a associação aproveitou a altura das marés mais baixas para executar os trabalhos de remoção do açude. “As marés rondam agora os 2,80 metros, quando podem atingir até um máximo de 4,30 metros, esta é a altura ideal para os trabalhos em causa”, defende.

Recorde-se que o açude foi a solução encontrada pela associação para combater os níveis preocupantes de salinidade da água do Sorraia (acima dos 1,8 gramas de sal por litro, quando o limite aceitável é de um grama por litro) e garantir a rega a cerca de 10 mil hectares.

Aquando da sua construção o açude levantou críticas na região, com ambientalistas e autarcas, como o de Benavente, a considerarem-no uma ameaça às condições hidrológicas e à fauna local e a fazerem chegar o assunto ao Governo.

Segundo o presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), desde a criação do açude que a autarquia deu conta às autoridades competentes das preocupações ambientais que pudessem resultar do corte do rio, tendo o município colocado um técnico em permanência a monitorizar possíveis efeitos negativos na fauna ou na flora o que, adiantou, “em termos visíveis, não sucedeu”.

O autarca adverte, no entanto, que em situações futuras deve ser feito o acompanhamento da intervenção com estudos ambientais.

Praga de jacintos-de-água está a ser combatida

Já se iniciou a remoção das plantas infestantes, que estão a afectar a fauna e a flora num troço de cerca de 18 quilómetros do rio Sorraia, entre Coruche e Benavente. A intervenção com recurso a meios mecânicos não tem prazo de conclusão previsto.

Segundo Francisco Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Coruche, o início da remoção das plantas, já teve início e a operação irá decorrer “até se entender que os troços mais críticos estão completamente limpos”, não existindo, por isso, um prazo de conclusão. “Estamos a falar de uma intervenção com meios mecânicos. Não podemos estar a intervir no sentido de combater o jacinto pondo em causa o ecossistema, indo contra o meio ambiente”, vincou.

Segundo Francisco Oliveira, o fenómeno não é novo mas tem vindo a aumentar nos últimos anos, devido às alterações climáticas e porque o caudal é muito menor em relação a anos anteriores. Além disso, os terrenos agrícolas nas proximidades da margem do rio são ricos em fósforo, fosfatos e azoto que alimentam o jacinto-de-água.

Francisco Oliveira referiu em reunião do executivo que foi disponibilizada uma draga pelo município de Águeda. Autarquia que tem frequentemente o mesmo problema. De acordo com o autarca, os trabalhos de remoção dos jacintos-de-água vão ser coordenados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), estando marcada uma reunião para o início de Setembro entre esta entidade, os executivos municipais de Coruche e Benavente, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e outras entidades locais.

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