Sociedade | 14-10-2019 15:00

Vacaria da Escola Agrária de Santarém causa má vizinhança

Vacaria da Escola Agrária de Santarém causa má vizinhança

Moradores queixam-se de maus cheiros e acumulação de estrume na via.

A limpeza dos dejectos da vacaria da Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS), situada na Rua Escola Regentes Agrícolas, tem motivado queixas de quem mora ou tem negócios abertos nas proximidades. Em causa está o facto de, quando realizam descargas excessivas de excrementos dos animais, os dejectos começam a transbordar pelas tampas de esgoto perto do local. Tanto moradores como lojistas já não suportam o mau cheiro proveniente dessas descargas bem como o estrume que fica muitas vezes acumulado na via.

Carlos Neves mora há mais de quatro décadas junto à Escola Superior Agrária de Santarém e é proprietário de uma oficina na mesma zona. O empresário adianta que há três ou quatro anos abriram uma vala e ligaram os esgotos da via pública à vacaria. Desde aí, diz que tem havido dias terríveis com o mau cheiro a entrar pelas casas e estabelecimentos e o estrume muitas vezes a transbordar das tampas de esgoto.

O morador diz que já chegou a dirigir-se à Escola Superior Agrária de Santarém para reportar o assunto, mas a única desculpa que obteve foi que de vez em quando havia uns abusos. “Nós não queremos que a vacaria saia dali. Queremos é que façam descargas de forma mais desfasada para que não aconteça o que se tem passado”, diz Carlos Neves.

Também a proprietária da pastelaria Menimel, junto à Escola Superior Agrária de Santarém, admite que tem sido um martírio cada vez que se lembram de fazer descargas na vacaria. A empresária afirma que já aconteceu inclusive alguns clientes serem obrigados a sair da pastelaria por não aguentarem com o mau cheiro que se sentia no local.


As explicações do Politécnico de Santarém

Contactado por O MIRANTE, o director da Escola Superior Agrária de Santarém, António Azevedo, preferiu não dar mais esclarecimentos sobre a situação remetendo as questões para a presidência do Instituto Politécnico de Santarém (IPSantarém). Ao nosso jornal, o presidente do IPSantarém, José Mira Potes, garantiu que a escola superior não fez nenhuma ligação directa aos esgotos públicos e que a actual direcção não recebeu até agora qualquer queixa sobre o mau cheiro provocado pelas descargas dos dejectos.

Mira Potes adianta que a vacaria tem neste momento 14 animais e que no período diurno as vacas permanecem no campo. Quando estabuladas, os resíduos sofrem uma separação sólido-líquido, sendo a fracção sólida, onde se encontra a quase totalidade da carga orgânica, sujeita a um processo de compostagem (e posterior valorização agronómica). A fracção líquida (das águas de lavagem) é recolhida numa nitreira onde sofre um tratamento anaeróbio. O presidente do Politécnico de Santarém destaca ainda que o sistema de armazenamento e tratamento de efluentes pecuários dispõe de um sistema de segurança, previsto caso exista uma ocorrência pontual, mas que apesar de não ter utilização corrente vai ser solicitada a emissão da respectiva licença camarária.

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