Sociedade | 23-10-2019 07:00

Doze anos de prisão por matar vizinho à facada em Marinhais

Doze anos de prisão por matar vizinho à facada em Marinhais
CRIME
foto DR

Discussão sobre futebol resultou em tragédia. Juíza considerou chocante a indiferença que o arguido demonstrou pelo sofrimento de João Calado.

O Tribunal de Santarém condenou a 12 anos de prisão um homem que matou à facada um vizinho com quem se envolveu numa discussão quando assistiam a um jogo de futebol num café de Marinhais, em Outubro de 2018.

A presidente do colectivo de juízes explicou a aplicação de uma pena média, numa moldura penal que vai dos oito aos 16 anos de prisão, pela prática de um crime de homicídio simples, ponderando a atrocidade de uma agressão que foi intensa e dolorosa e a possibilidade que é dada a António Neves, até aqui com antecedentes por bagatelas criminais, para se regenerar. O arguido foi ainda condenado ao pagamento de uma indemnização de 85.000 euros ao filho da vítima.

O tribunal considerou provados os factos constantes da acusação do Ministério Público, segundo os quais, por motivos não apurados, António Neves se envolveu numa discussão com João Calado quando assistiam a um jogo entre o FC Porto e o SL Benfica num café em Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos, tendo-o esfaqueado já no exterior do estabelecimento.

A juíza afirmou que o tribunal desvalorizou o depoimento de António Neves, por este ter apresentado uma versão inconsistente e incongruente, nomeadamente ao afirmar que se defendeu e que esfaqueou a vítima por achar que esta ia buscar uma arma à mala do carro.

Referiu o facto de as testemunhas ouvidas durante o julgamento terem afirmado que viram a vítima, já esfaqueada, a sair do quintal de uma casa em frente do café para tentar pedir ajuda, a viram a cambalear e, já no chão, a ser alvo de dois pontapés desferidos por António Neves na cabeça.

Para o tribunal, não há dúvida da intenção de matar, já que o golpe com o canivete foi feito de baixo para cima, atingindo o coração, e, já com a vítima no chão, o arguido ainda a pontapeou na cabeça.

A juíza considerou chocante a indiferença que o arguido demonstrou pelo sofrimento e angústia de João Calado, frisando que, mesmo quando se declarou arrependido, o fez pela situação em que se encontra e não pelas consequências do seu acto na vítima e na sua família.

Em particular, referiu o facto de o arguido não ter mostrado a mínima sensibilidade durante o depoimento do filho e da companheira da vítima, pelo que pediu que António Neves aproveite o tempo em que vai estar privado de liberdade para interiorizar a gravidade da sua conduta e pensar no que tem que mudar para não ser um indivíduo perigoso.

João Calado tinha 56 anos, era natural de Santana do Mato, Coruche, e residia em Marinhais.

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