Ministério da Cultura reconhece Casa-Memória de Camões como de interesse cultural
Edifício construído em Constância há 14 anos continua sem estar aberto ao público.
O Ministério da Cultura reconheceu a Casa-Memória de Camões, em Constância, como sendo de interesse cultural. A informação foi dada a O MIRANTE pelo presidente da Associação da Casa-Memória de Camões (ACMC). António Matias Coelho explica que recebeu a notícia na quarta-feira, 23 de Outubro, e aguarda o documento formal que deverá chegar nos próximos dias. O dirigente considera que esta é uma grande notícia para Constância, para a região do Médio Tejo, para o Ribatejo e também para o país. “Portugal não tem uma Casa dedicada a Luís de Camões e agora, com esta declaração de reconhecimento cultural por parte do Governo, já estamos mais próximos que isso venha a acontecer”, sublinhou a O MIRANTE.
O próximo passado, explica Matias Coelho, é conseguir apoios financeiros junto de mecenas e patrocinadores que permitam a sua abertura e funcionamento. Esta declaração de interesse cultural permite aos mecenas obterem benefícios fiscais, ao abrigo da Lei do Mecenato, se derem apoios à Casa-Memória Camões. Em Julho deste ano a secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, visitou a Casa-Memória de Camões e assumiu o compromisso de emitir um despacho a reconhecer o interesse cultural desse espaço. O despacho surgiu três dias antes da tomada de posse do novo Governo.
O edifício da Casa-Memória de Camões está concluído há 14 anos mas continua fechado e por inaugurar, recebendo esporadicamente algumas iniciativas de cariz cultural. António Matias Coelho mantém a expectativa de que com esta declaração a associação consiga os fundos necessários para criar os conteúdos necessários e catalogação dos documentos que possuem para poder abrir ao público. “Com o reconhecimento do Ministério da Cultura já podemos ir bater às portas das instituições que nos podem ajudar financeiramente para termos uma Casa-Memória de Camões que nos orgulhe a todos”, disse o dirigente associativo.
Em Fevereiro deste ano a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo aprovou, por unanimidade, uma declaração em que reconhece o interesse regional da Casa-Memória de Camões. O presidente da ACMC considerou, na altura, que este era um passo importante para que o edifício pudesse abrir ao público.
Casa-Memória de Camões construída desde 2005
A Casa-Memória de Camões está construída desde 2005 e nunca abriu ao público porque não dispõe de conteúdos para cumprir a sua função. Para isso precisa de uma verba avultada que não está ao alcance da associação. O presidente da Associação da Casa-Memória de Camões sublinha que não quer dinheiro por parte do Estado. Apenas pretendem que o edifício seja considerado a Casa de Camões que Portugal não tem. O objectivo da associação é que a Casa-Memória de Camões seja um projecto de natureza cultural que possa potenciar o turismo não só da região como também do país.