Sociedade | 26-10-2019 12:30

Génio de Natércia Freire evocado em Benavente no centenário do seu nascimento

Génio de Natércia Freire evocado em Benavente no centenário do seu nascimento
CULTURA

Na sessão foi lançado o livro “33 poemas de Natércia Freire”, de Pedro Sena Lino, e inaugurada uma exposição evocativa.

Natércia Freire nasceu em Benavente em 1919 e foi uma das primeiras jornalistas literárias em Portugal, tendo sido a primeira mulher a dirigir um suplemento literário de um jornal de referência, no caso o “Artes e Letras” do Diário de Notícias.

Nas palavras da sua filha, Isabel Corte Real, que esteve presente com a sua irmã Ana Sena Lino na inauguração de uma exposição evocativa da escritora no Cineteatro de Benavente, Natércia não tinha grupos, políticas ou políticos que limitassem a divulgação da arte da escrita que comungava com outros intelectuais da sua época, como Sophia de Mello Breyner ou Jorge de Sena. Era uma mulher conciliadora, embora firme e corajosa, e vivia em várias frentes procurando sempre com isenção e sem desfalecimento trabalhar ao serviço das comunidades onde viveu e trabalhou.

Benavente e a lezíria ribatejana marcaram profundamente o imaginário de Natércia enquanto poeta e prosadora, como demonstram as suas palavras referindo-se ao Ribatejo como “a sua Veneza, numa lezíria que já esquecera os navios, mas era ainda mar e os seus desvios uma gota de sóis aventureiros”.

A vida e obra de Natércia Freire são marcadas pelo seu jeito único de olhar e sentir o mundo apaixonadamente. Mas a sua genialidade vem da mulher independente que sempre procurou ser quando começou a escrever poesia aos 14 anos e aos 18 já era professora primária. “A independência que a minha mãe conquistou permitiu que ela fizesse a diferença”, afirma Isabel Corte Real.

Natércia era uma mulher de família. Enquanto olhava para uma fotografia do casamento dos seus pais, que se encontra presente na exposição dedicada à vida de Natércia Freire no foyer do Cineteatro de Benavente, Isabel Corte Real recorda-a como uma mãe apaixonada, conciliadora e isenta. “Mesmo que estivesse a falar só com uma das filhas, dirigia-se sempre como ‘minhas queridas filhas’ para nunca deixar nenhuma de parte”, partilha com um sorriso no rosto e os olhos a brilhar de emoção.

A cerimónia comemorativa do centenário da poetisa terminou com o concerto “Cor da Poesia”, interpretado por Raquel Miriã, que cantou poemas de Natércia Freire. A exposição evocativa do centenário do nascimento de Natércia Freire está no Cineteatro de Benavente até 24 de Abril de 2020.

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