Sociedade | 03-11-2019 14:25

Ministro do Ambiente recusa que exista falta de água no Tejo

Ministro do Ambiente recusa que exista falta de água no Tejo
O Tejo em Santarém no dia 3 de Novembro de 2019, visto das Portas do Sol.

Matos Fernandes diz que o problema está no afluente Pônsul e garante que Espanha está a cumprir os caudais definidos na Convenção de Albufeira.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, recusou que o rio Tejo esteja a atravessar um período de falta de água, sustentando que o problema está num afluente, o rio Pônsul.

“O rio Tejo não tem falta de água, ponto. O rio Tejo não tem falta de água. Onde existe falta de água, existe de facto, é num afluente do rio Tejo, na margem direita, que é o rio Pônsul”, afirmou o ministro aos jornalistas no dia 31 de Outubro.

No final do encerramento do debate sobre o Programa do XXII Governo Constitucional, na Assembleia da República, em Lisboa, Matos Fernandes disse que “a falta de água do rio Pônsul tem a ver com o facto de a albufeira onde esse rio tem a sua foz ter pouca água”.

“Ninguém pôs nenhuma rolha na nascente do rio Pônsul”, sublinhou o ministro do Ambiente. De acordo com Matos Fernandes, o que se passou foi que foi necessário “lançar muita água para Portugal para que se cumpra a Convenção de Albufeira”.

“É óbvio que devemos melhorar esta situação, não me conformo com este facto. Agora, repito, não houve aqui nenhuma atitude que não fosse a do lado de Espanha de cumprir a Convenção de Albufeira”, reiterou.

Matos Fernandes apontou também que tem “comunicado com Espanha variadíssimas vezes”, inclusivamente na quarta-feira, dia em conversou com a homóloga espanhola “sobre este tema”.

“Nunca eu, como ministro do Ambiente de Portugal, e quero acreditar que nenhum dos meus sucessores dirá a Espanha para não cumprir a convenção a que está obrigada”, afirmou.

Do lado de cá da fronteira, no distrito de Castelo Branco, o rio Pônsul é um dos afluentes do Tejo agora secos, onde os pilares de uma ponte registam as marcas do nível habitual da água. Mais de uma dezena de metros abaixo, sobram terras e muitas pedras.

Enquanto o movimento ambientalista proTejo tem reiterado que Espanha não cumpriu os caudais definidos no ano hidrológico 2018/2019 e pedido a publicação dos dados, a Agência Portuguesa do Ambiente afirma que “tudo parece indicar o cumprimento do regime de caudais anuais”, apesar de o boletim anual ainda estar em execução.

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