Professora agredida por pais de aluno em escola do Entroncamento
Caso ocorrido na EB 2,3 Dr. Ruy de Andrade provocou pânico e medo em alguns alunos. A direcção do agrupamento de escolas evita falar no assunto e apenas diz que vão ser adoptadas medidas
Uma professora foi agredida pelos pais de um aluno no interior da Escola Básica 2,3 Dr. Ruy de Andrade, no Entroncamento, na terça-feira, 29 de Outubro. Uma turma de 5º ano estava a ter aula de Educação Física quando um dos alunos, de 12 anos de idade, de quem os colegas têm medo por ser conhecido por provocar desacatos, empurrou várias vezes um colega. O aluno vítima dos empurrões, de 10 anos, deixou o jogo que estavam a praticar e sentou-se a chorar. Os outros alunos contaram à professora o que se tinha passado e uma rapariga acusou o alegado agressor, de 12 anos, de ter batido no colega.
O agressor, enfurecido com a acusação, tentou agredir a colega. Ao tentar evitar uma briga entre os alunos a professora terá arranhado o aluno no pescoço. Este foi para o gabinete da direcção da escola onde acusou a professora de o ter agredido e contactou os pais por telemóvel. Quando a professora em causa já estava no gabinete da direcção com o aluno os pais conseguiram entrar na escola. A primeira agressão à professora foi feita pela mãe do jovem e depois foi o pai que deu uma bofetada na cara à docente.
Os ânimos acalmaram após funcionários da escola terem chamado a PSP, que tomou conta da ocorrência. A entrada dos pais na escola coincidiu com o horário de saída para o almoço, às 13h20, o que terá facilitado a entrada no estabelecimento escolar. No entanto, há pais que garantem que a escola tem falta de segurança. O MIRANTE sabe que a professora foi ao Hospital do Entroncamento, onde deu conta da agressão, encontrando-se de baixa médica.
Os professores da Escola Dr. Ruy de Andrade reuniram com a direcção do Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento na manhã de quarta-feira para discutir o caso. Esta situação originou que vários alunos não tivessem tido aulas nessa manhã. Muitos não perceberam o porquê de não haver aulas e sabendo-se da situação no dia anterior entraram em pânico, ligando aos pais para os irem buscar ao estabelecimento de ensino.
O MIRANTE contactou o agrupamento de escolas para obter mais esclarecimentos mas a directora desvalorizou o assunto, referindo apenas que houve um desacato na terça-feira. “Houve uma reunião geral na quarta-feira de manhã com carácter de urgência e vão ser adoptadas os procedimentos necessários”, afirmou Amélia Vitorino, optando por não tecer mais comentários.
O presidente da Câmara do Entroncamento confirmou a situação na última sessão camarária, que decorreu na segunda-feira, 4 de Novembro. Jorge Faria referiu que as informações lhe foram fornecidas pela escola onde ocorreu a agressão.