Sociedade | 30-11-2019 18:00

Ministra da Agricultura promete diálogo e reafirma aposta no uso eficiente de recursos

Maria do Céu Albuquerque encerrou o primeiro dia do “conselho de presidentes”, que assinalou os 44 anos da criação da Confederação de Agricultores de Portugal.

A ministra da Agricultura disse esta terça-feira, 26 de Novembro, em Tomar, que quer trabalhar “em proximidade” com os representantes do sector, insistindo que se vai bater por garantir o uso eficiente dos recursos e a conservação do ecossistema.

Maria do Céu Albuquerque encerrou o primeiro dia do “conselho de presidentes” que assinala os 44 anos da criação da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), depois de ouvir o presidente desta organização, Eduardo Oliveira e Sousa, recordar o vasto conjunto de preocupações transmitidas no primeiro encontro realizado com a ministra há cerca de duas semanas.

Céu Albuquerque garantiu que vai continuar a ouvir os diversos parceiros e a trabalhar em proximidade por uma “agricultura aliada a um desenvolvimento sustentável”. Esta passa por aspectos como o apoio ao regadio eficiente, “como factor de promoção da competitividade e da previsibilidade da actividade económica”, medidas para “simplificar a vida dos agricultores, proteger a produtividade dos solos, facilitar o acesso à terra, promover a estruturação fundiária nos territórios de minifúndio, assegurar a viabilidade da agricultura familiar”, e estimular o empreendedorismo, disse.

A governante referiu-se também a novas formas de comercialização e de distribuição de proximidade, “sem esquecer a busca de novos mercados”. Para a ministra, a prioridade colocada no uso eficiente dos recursos e na conservação do ecossistema “não são apenas ideias”.

“São prioridades que queremos assumir a cada nova medida que venha a ser implementada. Não podemos fechar os olhos, a agricultura é um dos sectores da economia que está mais exposta aos riscos associados às alterações climáticas e à degradação do capital natural, seja a erosão, a perda de produtividade do solo ou a escassez e a falta de qualidade da água”, declarou.

Este foi um dos dois “temas emblemáticos” apontados por Oliveira e Sousa para o sector, a par das florestas. Lamentando a ausência do secretário de Estado das Florestas, o presidente da CAP referiu a expectativa sobre o que irá acontecer ao sector depois da “surpresa” da sua passagem para a tutela do Ambiente, criticou a responsabilização dos produtores florestais “pelos males a que a floresta se encontra associada” e apelou para que as associações do sector sejam “chamadas à revisão da denominada reforma florestal”.

Sobre a água, tema que reconheceu ser complexo no quadro das alterações climáticas e das suas consequências, Oliveira e Sousa lamentou que a sociedade veja no agricultor "um mau utilizador ou mesmo um usurpador da água, noção perversa e errada" que, no seu entender, merece "um envolvimento directo" do Ministério da Agricultura no "desmanchar do mito" e na defesa do sector.

Céu Albuquerque disse ser “fundamental, cada vez mais, a exploração agrícola ser desenhada para a regeneração do ecossistema que lhe está subjacente”, pelo que a eficiência hídrica continuará a ser uma prioridade no âmbito do programa nacional de regadio.

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