Se não se for positivo não se consegue vencer o cancro
Luís Vasconcellos e Souza, coordenador da Liga Portuguesa Contra o Cancro em Santarém, fala sobre a doença que também o atingiu.
O cancro mata dez milhões de pessoas no mundo todos os anos. Um número equivalente a toda a população de Portugal. Os dados da Organização Mundial de Saúde indicam que na próxima década uma em cada cinco pessoas vai desenvolver a doença. Luís Vasconcellos e Souza, 65 anos, presidente da Agromais e um dos coordenadores do Grupo de Apoio de Santarém do Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro, faz parte das estatísticas nacionais do cancro. “Estou ligado à Liga há meia dúzia de anos, mas estou ligado ao cancro há mais de 15”, afirma a O MIRANTE em conversa no Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, 4 de Fevereiro.
O mais importante é encarar o cancro como uma doença normal, reitera, acrescentando que tal como na vida o mais importante é a atitude. “Reconheço que há vidas muito diferentes e há situações em que é muito difícil ser-se positivo, mas para enfrentar o cancro tem que se ser positivo, senão morre-se”, afirma categórico.
Vasconcellos e Souza fala por experiência própria, pois também ele já passou por diversos cancros. “Lembro-me do primeiro cancro que tive, estava no estrangeiro, não me disseram o que era, deram-me um disco (CD), vim para Portugal e mostrei-o ao médico que me sugeriu que fosse monitorizando a doença. Disse-lhe que era melhor ser operado porque tinha consciência que isto não ia para melhor. Deixar andar é a pior filosofia de combate ao cancro. O melhor é agir rapidamente, o problema é consegui-lo”, refere.
*Reportagem desenvolvida na edição semanal em papel desta quinta-feira