Vasco Gargalo não se vai deixar vencer pelas virgens ofendidas
O cartoonista esteve envolvido numa polémica internacional por causa de um desenho, mas numa época de virgens ofendidas diz que não vai deixar de fazer o seu trabalho.
Não está fácil ser cartoonista nos tempos que correm. Como se não bastasse a precariedade da profissão ainda há grupos de poder que lidam mal com a sátira e a crítica, diz Vasco Gargalo, cartoonista de Vila Franca de Xira que na passada semana esteve envolvido numa polémica internacional por causa de um desenho sobre Israel e as políticas do seu primeiro-ministro, Benjamim Netanyahu.
“Sentimos que a liberdade de expressão está ameaçada. Vivemos num tempo de virgens ofendidas. Estamos numa era muito sensível mas onde vou continuar a fazer o meu trabalho”, conta a O MIRANTE Vasco Gargalo.
Em causa está um cartoon de 15 de Novembro de 2019, publicado na plataforma Cartoon Movement, e que na semana passada voltou a ser publicado nas redes sociais a propósito do aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, intitulado “O crematório”. No boneco, o primeiro-ministro de Israel surge com uma estrela de David no braço e empurra para um forno um caixão coberto com a bandeira da Palestina, havendo por cima a inscrição “Arbeit Mach Frei” – “O trabalho liberta”.
*Reportagem desenvolvida na edição semanal em papel desta quinta-feira