Mudança de paragem de autocarros em Arcena mal recebida
Deslocalização ainda não se concretizou mas já está a gerar descontentamento entre os passageiros e motoristas.
Um grupo de moradores de Arcena, Alverca do Ribatejo, está contra a deslocalização da paragem de autocarros do Largo Dr. Jaime Marques Dias Simão para a Rua Ivone Silva, a uma distância de 150 metros. A mudança, dizem os contestatários, vai prejudicar a população mais envelhecida com dificuldades de locomoção e os utilizadores dos autocarros residentes no Casal da Carcaça, que já andam cerca de quilómetro e meio para apanhar o transporte. Além disso, referem, é naquele largo que estão as casas-de-banho públicas utilizadas pelos passageiros e motoristas das empresas de transporte.
As queixas são muitas e todas defendem o mesmo apesar de a paragem ainda não ter mudado de sítio. Maria Tavares diz que o novo local não vai ter condições para se apanhar o autocarro por ser “mais apertado e estar cheio de carros”. Maria de Lurdes Ferreira reclama que a paragem está há mais de 50 anos naquele largo e recusa-se a aceitar a mudança, convicta de que vai prejudicar quem já vem de longe para apanhar o autocarro. “Não nos podemos conformar com isto. Não faz sentido tirar o autocarro do largo mais central de Arcena”, acrescenta Norberto Freitas.
O presidente da Junta de Freguesia de Alverca e Sobralinho, Carlos Gonçalves, explica que a alteração só deve ter efeito quando o largo for alvo de uma intervenção de requalificação a cargo da câmara municipal. O que também ainda não é certo que aconteça. A acontecer, o autarca defende que faz todo o sentido a paragem sair do largo, já que a passagem dos autocarros tem contribuído para a deformação do piso empedrado. “O primeiro passo será sempre retirar os veículos pesados do centro histórico”, caso contrário será “difícil manter a rua em boas condições”, reafirma.
O MIRANTE contactou a Boa Viagem e Rodoviária de Lisboa (RL), empresas de transportes que operam no local, mas não teve resposta até ao fecho desta edição. No entanto, António Marujo, residente em Arcena e motorista da RL há 18 anos, diz que a empresa não tem conhecimento da possibilidade de alteração da paragem e duvida que a aceite, porque “na rua abaixo não há espaço para passar e fazer manobras com um autocarro de 15 metros”. O motorista considera ainda que se o autocarro deixar de passar no largo “as pessoas que moram na parte mais alta de Arcena vão ficar muito mal servidas em termos de transportes”.