Sociedade | 24-02-2020 12:30

Quercus quer inspecção urgente a lixeira de Azambuja e teme expansão

Quercus quer inspecção urgente a lixeira de Azambuja e teme expansão

Ambientalistas estão a acompanhar com preocupação o trabalho feito naquela lixeira a céu aberto que tem feito a vida negra aos moradores. Responsáveis temem a contaminação dos lençóis freáticos.

A Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus) está a acompanhar “com bastante preocupação” os problemas que estão a ser sentidos pela população de Azambuja por causa do aterro instalado às portas daquela vila e já exigiu das entidades oficiais uma inspecção com urgência. A novidade foi deixada a O MIRANTE por Paulo do Carmo, presidente da Quercus, durante uma deslocação à cidade de Vila Franca de Xira.

“Já fizemos chegar às entidades competentes a nossa preocupação e queremos saber como se licenciou aquela estrutura, que não foi apenas uma competência da câmara mas também da Agência Portuguesa do Ambiente. Tem de ser feita uma inspecção no local pela Inspecção-Geral da Administração do Território no sentido de verificar se todos os procedimentos estão a ser cumpridos de acordo com a licença que foi emitida”, exige.

O dirigente ambientalista diz que o aterro tem tido “um enorme impacto negativo” nas populações, nomeadamente ao nível da eventual contaminação dos lençóis freáticos. “É preciso analisar estas questões rapidamente porque há uma possível expansão daquele aterro no horizonte. Se o que lá está já afecta gravemente a vida das pessoas, quem pode autorizar uma possível expansão terá de analisar tudo isto e não poderá expandir mais. É um espaço que tem de ser contido”, afirma

Na última semana, o presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa (PS), enfrentou novamente críticas da população na reunião de câmara. A autarquia decidiu agora não autorizar a alteração da calendarização pedida pela Triaza, empresa gestora do aterro, para a execução de operações urbanísticas, incluindo a abertura de novas células.

A abertura de três células já estava previamente autorizada pela Comissão de Coordenação Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo, entidade que também tem o poder de renovar a licença ambiental daquele aterro, que caduca em Maio de 2021.

“Não se pode só emitir as licenças necessárias e deixar os operadores trabalharem como querem durante 30 anos. Os resíduos têm de ser acompanhados devidamente e o aterro tem de ser monitorizado. Temos de ser mais rigorosos com a localização deste tipo de instalações, não podem ficar a poucas centenas de metros das populações”, refere Paulo do Carmo.

O aterro, recorde-se, foi a solução encontrada para tapar os buracos deixados a descoberto pela empresa que usou 4,5 hectares daquela área para extrair areias. Entretanto, também o município informou ter solicitado uma fiscalização à Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.

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