Sociedade | 25-02-2020 07:00

Padre e população de Delongo de costas voltadas por causa de uma fogueira

Padre e população de Delongo de costas voltadas por causa de uma fogueira

O pároco da aldeia do concelho de Tomar e a população desentenderam-se por causa da tradição de acender uma fogueira na véspera de Natal no espaço em frente à capela. Desde essa altura o padre não aparece na terra.

Anda um alvoroço em Delongo, no concelho de Tomar, devido a um desentendimento entre a população e o padre da aldeia, que já dura desde o Natal e por causa de uma fogueira em frente à capela. O pároco deixou de aparecer na terra desde essa altura e quem quiser assistir à missa tem de ir à localidade vizinha de Carrazede. O MIRANTE contactou o Padre António José Barreleiro para obter mais esclarecimentos sobre o assunto mas até ao fecho desta edição não obtivemos qualquer resposta.

É uma tradição da aldeia colocar um tronco a arder junto à capela na véspera de Natal que dura até ao dia de Ano Novo. Mas no último Natal a população e o padre António Barreleiro desentenderam-se sobre a tradição e, apesar do sentimento de revolta dos populares, poucos querem falar claramente sobre o assunto para não arranjarem mais problemas.

O presidente da Associação “Os Bravos” de Delongo, José Pereira, 79 anos, conta que há muitas décadas existe a tradição de se acender uma fogueira em frente à capela de Santa Catarina. Os mais novos vão à lenha, arranjam uma máquina para carregar os cepos e passamos a Consoada todos juntos a comer e a conversar. A fogueira costuma ficar acesa até ao dia de Ano Novo e nunca houve problemas até agora.

Uma das moradoras que aceita falar e que está desiludida com a situação é Isilda Pereira, 80 anos. Explica que o actual padre já está na paróquia de Paialvo (que inclui Delongo) há cerca de cinco anos e sempre correu tudo bem. “Lamento esta situação porque estamos habituados à missa na altura do Natal e Ano Novo e as pessoas gostam de mandar rezar missas por alma dos seus entes queridos e este ano não o fizemos”, diz.

João José, 88 anos, recorda que quando era jovem também ele participava na organização dessa tradição e confessa ficar triste se esta acabar. “Todos os anos pago uma grade de cervejas à rapaziada que arranja a lenha e faz a fogueira para eles manterem viva esta tradição da nossa aldeia”, conta.

O terreno pertence à igreja mas a área construída em cimento em frente à capela, onde se faz a fogueira, foi construída pela Associação “Os Bravos”, que organiza esta iniciativa, segundo explica José Pereira, que diz não compreender esta posição do pároco.

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